Ouçam: buá-buá é nos ombros da mãe, não do professor

Antes de mais nada, deixa eu montar o seguinte cenário:

1) Você é capaz de aprender piano.

2) Você é capaz de seguir um método.

3) Você é capaz de resolver suas dificuldades.

5) Muito do aprendizado é realizado gradualmente.

6) Algumas coisas se desenvolvem instantaneamente.

7) Outras capacidades aparecem de uma hora pra outra.

8) Enquanto outras ainda precisam ser bem planejadas e constantemente lapidadas.

PONTO FINAL.

É assim que funciona.

Agora, muitos de vocês sentem que as coisas são diferentes disso. E constantemente tento aqui criar narrativas que apaziguem ou mudem esse sentimento de que alguém é especialmente prejudicado, especialmente sem privilégios, ou que precisa especialmente de um ombro pra chorar suas mágoas e suas expectativas não correspondidas de aprender piano.

Mas olha só:

Professor não é mãe.

Ombros de mãe é que foram feitos pra chorar.

Então imprima e cole perto do piano as 8 premissas que descrevi no começo deste texto, e leia essas premissas toda vez que quiser ficar de chororô e o ombrinho da mamãe não estiver por perto. Seu único verdadeiro problema pra que as 8 premissas entrem em ação é criar o tempo diário de estudo, e com “criar” eu realmente quis dizer “criar”, porque esse papinho de falta de tempo também é outra conversinha mole, você se organiza e o tempo é criado, aqui temos mais um ponto final.

Só acrescentaria mais uma coisa:

Ainda tem gente que tem a cara de pau de chorar que aprender piano leva tempo.

Essas só não percebem que se fosse fácil e rápido, seria uma porcaria.

E não haveria motivo pra ser desejável.

Acham que fui cruel demais neste texto?

Pois continuem não sentando no banquinho pra estudar, sem deixar as 8 premissas agirem, e provavelmente daqui 10 anos o arrependimento lhes digam que fui é muito condescendente.

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