Toda vez que algo assim acontece, penso:
“Onde está o inocente que fará a todos enxergar a roupa nova do rei?”
Não sei se você conhece o conto “A roupa nova do rei”…
É mais ou menos isto:
Um rei bem vaidoso e, devo dizer, meio estúpido, é enganado por dois vigaristas, que se dizem alfaiates. Eles dizem que aprenderam a fazer um tecido muito refinado e especial que possui uma característica única e inusitada: somente os inteligentes o podem ver.
O rei fica fascinado.
Encomenda uma vestimenta real com este tecido especial.
Depois de trabalhar arduamente pra fazer o tecido e costurar a roupa, os vigaristas entregam o pedido ao rei.
O rei, pelado na frente do espelho, chama toda corte pra apreciar o novo traje.
Todos ficam impressionados!
Como não ficariam?
Eram todos inteligentes!
Então conseguiam enxergar algo que um paspalho não conseguiria.
O rei então foi se exibir pra população.
Depois que se espalhou a notícia que apenas os inteligentes poderiam ver a tal roupa, a população ficou toda admirada.
“– Que linda roupa do rei!”
Mas, uma criança, com toda sua inocência, sem ter o rabo preso, nem tendo motivos pra querer parecer inteligente diz:
“– O rei está nu!”
Pronto…
Isso foi suficiente pra que todos (rei, corte e povo) percebessem que de fato ele estava nu.
Nada mais do que isso.
E que, bem, isso não se faz.
Não se fica nu andando por aí.
Então quando acontece o que aconteceu naquela exposição em São Paulo, aparece logo um lado defendendo a “arte” e solta uma verborragia fenomenal pra defender todo um conceito e blá-blá-blá, um monte de coisas de gente inteligente. E outro lado fica moralmente ofendido, e começam a gritar contra a pedofilia e contra a degradação dos bons costumes e tal-tal-tal…
Bem, eu não sei nada disso.
Só fico esperando algum inocente dizer:
“– Gente, é um peladão com uma criança…”
E, nos meus sonhos, bastaria pra todo mundo pensar que isso não se faz.
Não se mistura um peladão e uma criança.
Sem precisar de mais discussões.
Mas, fazer o quê!?!
As coisas não são como a gente gostaria.
O mundo da música também está desse jeito aí.
E da montanha de motivos que existem pra você se educar musicalmente, além do motivo “porque eu quero”, saiba que quanto mais estuda e se educa, sem ser do modo “ai como sou inteligente por estar estudando”, é mais provável que você não caia nessas armadilhas.
(Nota: Totalmente iniciante no piano ou teclado e quer fugir dos peladões de hoje em dia? Então conheça o Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)