3 pianistas mais do que famosos

Quando me pedem recomendação de bons pianistas, só consigo recomendar os mesmos figurões de sempre.

Sem nenhuma surpresa.

Sem cavar algum pianista esquecido ou injustiçado.

Não que não existam bons pianistas injustiçados…

A verdade é que eu poderia fazer uma lista de 100 bons pianistas.

Mas, na minha opinião, alguns são especiais.

E não há nenhuma novidade que sejam…

Pois trata-se de Vladimir Horowitz, Arthur Rubinstein, e Glenn Gould.

E os considero especiais por um motivo simples: na sua execução, a música é a grande estrela. Veja bem, esses três músicos foram bem excêntricos fora da atuação artística. Tinham tudo pra querer eles mesmos ser o ator principal da jogada. Mas acontece que quando eles tocavam, o músico diminuía e a música aparecia.

Pra quem já está com o ouvido bem treinado, pode perceber que com Vladimir Horowitz a música ganha um aspecto geral de improvisação.

Isso não quer dizer que ele toca Michael Jackson ao estilo de Beethoven…

Como hoje em dia se tenta fazer ao transformar a música em uma serva das risadas da platéia.

Não, não.

Como não quero entrar em detalhes técnicos, vou apenas definir que a interpretação de Horowitz é livre ao mesmo tempo que carrega uma tradição histórica.

Talvez ele tenha sido um dos últimos representantes da era de ouro do instrumento.

Em Arthur Rubinstein, a música estava sempre o mais pura possível.

Sem histeria, sem afetação, sem nada exibicionista.

Mesmo sendo um músico que sofreu influências variadas, até mesmo de artistas de vanguarda, nunca tentou condensar seu estilo em uma mistura forçada, mas sempre deixou a própria música concebida pelo compositor vir à tona, embora passando pelo seu filtro estético bem diversificado.

Já com Glenn Gould, apesar de uma personalidade bastante conturbada e uma abordagem musical que, ao ser explicada pelo próprio artista, nos parece muito racionalista e seca, o resultado está longe de ser esse.

Temos a sensação de que ao procurar “imitar” a articulação de um instrumento como o cravo (avô do nosso piano moderno) Gould conseguiu algo absolutamente novo.

Sua escolha de andamento é sempre surpreendente.

Assim como a coerência que ele dá a elas.

Parece que ao tocar uma obra Gould a recompõe.

E de novo não no sentido de mostrar que pode misturar coisas diversas, ou que tem um grande conhecimento teórico das possíveis relações musicais, mas, ao recriar essas grandes obras, ele revela camadas que antes não se ouvia, planos de sonoridades que nunca se esperou, que se expõe aos ouvintes de maneira nova, fazendo um sentido total.

Sim, eu sei que existem centenas de bons pianistas.

Mas, pra mim, esses três serão sempre especiais.

E especiais pela música que conseguiam dar vida.

O que você deve fazer é aproveitar o Youtube e assisti-los muito, assim a tendência natural que temos à imitação terá os melhores alvos.

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