É nas situações mais óbvias da vida que deveríamos aprender valiosas lições para qualquer momento e lugar. Vejamos um pequeno exemplo: se você tem 13 anos de idade e se confronta intelectualmente com alguém de 6, você sai achando que é bem esperto.
Se você for o menino de 6 anos…
Nem vai entender direito o que aconteceu.
Isso tudo é óbvio.
E essa deveria ser uma lição transposta para o piano:
Pro aprendizado de piano dar certo, criança de 6 anos fala com criança de 6 anos.
De 13 pode falar com de 6, não tem problema…
Mas é só um pouquinho, de vez em quando…
Na maior parte das vezes, o de 13 está entre adolescentes de 13, 14… às vezes 15 anos.
(não venha com “exceções”)
Tá dando pra entender?
Estou falando do nível do desafio.
No começo, se você escolhe peças muito acima do seu nível, como se você tivesse 6 anos e confrontasse alguém de 13, tem tudo pro resultado ser meio devastador: você acaba achando que não aprende nada, que não tem talento e blá-blá-blá.
Note um detalhe importante:
Aos 6 anos, o papo de outras crianças mais velhas é praticamente incompreensível. Agora, alguém de 13 já fala meio de igual pra igual com gente um pouco mais velha. Não é raro nem excepcional 13 anos ser tolerado em rodas de 18 e 19 anos.
Esse detalhe também é análogo no piano:
No começo não dá pra ficar se arriscando com peça mais difícil…
Depois de um tempinho, já é possível ser mais livre nas escolhas…
Não tanto, mas um pouco dá.
Quando você chegar aos 40, vai ver que não tem tanta diferença pra alguém de 55…
As experiências são muito parecidas.
Ou seja, tem uma hora, quando você já passou por muita coisa, que o mundo vai estar mais disponível pra você e já não há mais tantas coisas incompreensíveis. As dificuldades são bem relativizadas, e sua experiência, praticamente sozinha, pode criar e imaginar caminhos de como contorná-las.
É no começo que a coisa é mais séria:
Ter 6 anos e enfrentar a sério alguém de 13 dá em choradeira.
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