Aprendizado gradual não é a solução

Sandro B., cadastrado aqui na minha lista, pergunta o que acho de métodos graduais de piano.

Minha resposta é dupla:

1) Acho uma maravilha.

2) Acho uma droga.

“Método gradual” não é como a bala de prata que resolve todos os problemas com lobisomens.

Pensar assim, é mais um modo cabeça-de-pudim de entender música.

O que quero dizer com isso também tem significado duplo:

1) Ensino gradual não resolve nada por si mesmo, é preciso ter um motivo real pra ser gradual.

2) De qual ensino gradual estamos falando? Mesmo que alguma habilidade exija um ensino gradual, esse pode estar sendo feito da maneira errada ou imprópria.

Exemplo:

Se estivermos falando de aprender a ler e executar partituras com fluência (repito: COM FLUÊNCIA), então é por meio de um ensino gradual que a habilidade é desenvolvida.

Mas, se isolarmos a habilidade técnica…

O ensino gradual perde seu sentido.

Digamos que o sujeito vai aprender a ler e executar partituras, e o método gradual que ele segue ensina uma nova nota da pauta a cada 10 lições.

Como isso poderia estar correto?

Mesmo sendo gradual, esse método certamente será uma droga.

Existem assuntos ainda que exigem uma mistura dos dois tipos (da gradualidade e do ensino sintético), como é o caso do estudo de solfejo rítmico.

É preciso que cada lição tenha a dose certa de fixação de um assunto anterior…

Junto com o desafio, para que seu ouvido desenvolva a percepção rítmica.

Enfim, é por isso que acho que presencial ou virtual, somente com um professor é possível avançar com segurança.

Pois um bom professor tem o domínio dessa arte de dosar as coisas, sem fundamentalismo.

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