Não sei se você também percebe assim, mas parece que cada um de nós tem dois lados:
lado A) Aquele que faz as coisas dentro de um esquema pré-concebido, lógico, estruturado.
lado B) Aquele que faz as coisas de maneira desvairada, sem lógica, por impulso.
Umas pessoas são mais do “A”, outras mais do “B”…
Mas me parece que todos alternam entre um e outro lado.
É claro que a pessoa que for mais do “A” tem inclinações mais fortes pra seguir um método de aprendizado de piano. Pra ela é absolutamente natural alcançar um resultado positivo por meio de uma estrutura colocada em prática, de maneira muito semelhante, todo dia.
A questão é que existe o outro lado.
E esse outro lado pede umas loucuras de vez em quando.
Estou falando agora do lado “B”.
Quem é naturalmente mais desorganizado, mais intuitivo, sofre pra aprender, pois fica sempre procurando seguir umas maluquices que aparecem na cabeça (ou de sugestões fortuitas) e, aqui mora um problema, essas maluquices não geram consistência. Geram, isso sim, momentos isolados de extremo prazer e liberdade (sem esquecer que também há muitas frustações aí), mas não levam ao aprendizado propriamente dito…
Ao aprendizado completo.
(talvez falemos mais sobre esse “aprendizado completo” outro dia)
A solução do impasse?
Acho que está na alternância consciente desses dois lados.
A alternância consciente evita que um dos lados escravize você.
E a alternância sem confusão faz você superar dificuldades de várias maneiras.
Por exemplo:
Talvez você adore Bach, Chopin, Dream Theater e Yann Tiersen.
(isso é só um exemplo)
As combinações de prática que misture tudo isso, seguindo alternadamente os lados A e B são inúmeras, mas a que vou propor é baseada no caminho mais sólido de desenvolvimento de acordo com a técnica pianística que foi desenvolvida ao longo da história da música. Ou seja, o seu estudo sério, organizado, vai mirar em Bach e Chopin.
O seu estudo desvairado vai brincar com Dream Theater e Yann Tiersen.
Você não vai querer tocar Chopin já desde o início.
Não dá pra fazer isso.
Aliás, bem no começo, também não vai ser possível lidar com Bach puro.
Facilitações e outros compositores farão parte da sua lista. E você vai seguir esse caminho de maneira séria, comprometida, como alguém capaz de colocar a si mesmo objetivos de longo prazo, que exigem um desenvolvimento gradual e constante, por isso Bach e Chopin como pontos de chegada são excelentes.
Ao mesmo tempo que percorre esse caminho, em alguns outros momentos do dia…
Sem precisar ser todo dia…
Você pode e deve brincar com Yann Tiersen.
(Dream Theater é mais complicado, fica pra mais tarde)
Isso é justo e necessário.
Isso faz você experimentar outras perspectivas…
E experimentar outras perspectivas amplia sua visão…
E ampliar sua visão faz você usar melhor os dois lados…
Sem ser escravizado e torturado por nenhum deles.
(Nota: Totalmente iniciante no piano ou teclado? Então conheça o Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)