Bem, os dois sujeitos sabem tocar piano. E aquele era o único piano disponível no recinto. Sem perceberem um ao outro, sentaram lado a lado no banquinho ao mesmo tempo. O amador, que chamaremos aqui de “Amo-Amo”, fita o outro com olhos piedosos. O profissional, “Profí” para os íntimos e desconhecidos, olha desconfiado.
— Com licença, senhor, eu estava prestes a presentear a realidade com uma execução da mais bela produção musical jamais feita, mas não posso fazê-lo em apenas meio banquinho — diz Profí.
— Ah! — responde Amo-Amo — tenho certeza que amo essa música mesmo sem saber qual é. Já estou esperando pra viajar pelo colorido das notas e doçura da melodia…
— Na verdade, meu caro, há pouco de substancialidade melódica nesta bela obra…
— Ah! Então tem muitos acordes! Amo acordes! Amo harmonia! Quando eu era pequeno…
— Por favor! Vamos resolver isso de outra maneira… da maneira que estou lhe dizendo: deixe que eu doe generosamente minha interpretação para os que estão aqui presentes e…
— Você pode me ensinar? Tenho tantas dúvidas! Toco desde 92, mas…
— Não vejo como isso seria possível… os aspectos musicais não se rendem assim dessa maneira só porque se quer…
— …mas sinto que deveria tocar mais com a alma…
— …meu professor em Veneza já dizia…
— …com paixão, com emoção…
— …que o suor do estudo é o combustível da vitória…
— …explodindo meu peito no delírio da sensações…
— …embora o talento nunca possa ser descartado… como no meu caso…
— …posso tirar uma foto nossa e postar no Instagram?
— Sim, cederei a você esse previlégio.
Clic!
E os dois viram as costas um pro outro…
E saem, satisfeitos.
Felizes por falar de si mesmos o máximo que puderam.
Pra sair dessa rota do eu mesmo e entrar no caminho do aprendizado de música, experimente o método de estudo do “O Pianista Aprendiz”.
Sem truques emocionais e sem suor inútil.
Conheça os detalhes aqui: