Só músicas emocionantes, que tal?

Vamos esquecer 3 fatos importantes:

1) aquilo que é fortemente emocional/dramático é também fortemente enjoativo/cansativo.

2) uma boa parte do que é “emocionante” está ligada a uma experiência pessoal de juventude, portanto não é exatamente universal.

3) o que nós é simpático na maioria das vezes ainda está fora do alcance da nossa habilidade.

Esquecendo essas coisas então para o bem de uma explicação simplificada, não seria muito legal só tocar músicas que são emocionantes? Não seria isso quase uma motivação automática que nos faria levantar às 4 da manhã só pra tocar essa coisa tão emocionante, ou nos faria esquecer o cansaço do dia de trabalho, levando sozinho nosso corpinho moído para o piano depois de enfrentar 10 horas de chefe e 2 horas e meia de trânsito?

Não merecíamos isso?

A vida já não é difícil o suficiente sem sermos levados pro instrumento por uma empolgação emocional?

Somos ou não somos campeões só por escolher aprender piano?

Sim, seria muito legal.

Sim, seria quase uma motivação automática.

Sim, merecemos.

Sim, a vida já é difícil o suficiente.

Sim, já somos campeões.

Mesmo assim, não recomendo que se faça isso.

Quais são os meus argumentos para convencê-los?

Nenhum.

Faça isso de só ir atrás de coisinhas emocionantes.

(seja lá o que isso signifique)

Mas se você está lendo isso aqui, é porque confia ou pretende confiar em mim. Por isso minha recomendação pra você que ainda é refém da “falácia da emoção” é que renda-se a ela, mas não apenas a ela. Divida sua ida ao piano com algum outro estudo mais estruturado, um método. Se você tem bastante tempo por dia pra ficar no piano, faça 50/50 no mesmo dia. Se tem pouco tempo, faça um dia a tal coisa emocionante, outro dia o método.

Prometo que você não vai se arrepender.

E o resultado será muito muito muito muito melhor do que qualquer argumento.

(Nota: Totalmente iniciante no piano ou teclado? Então conheça o Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)

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