Eu e você temos um segredo, lembra-se?
Na verdade, temos mais de um segredo, não é?
O primeiro é:
O mundo lá fora quando ouve ‘aprender piano’ já pensa na misturinha explosiva de ‘nota a nota + truques + dom’ e embora uma coisa tenha pouco a ver com a outra, BUM, a mistura louca e inconsequente acaba gerando uma bola de neve de confusão e ansiedade que não tem explicação ou esclarecimento bem feito que possa desfazê-la instantaneamente.
Agora, você que já está por aqui há algum tempo, está vacinado disso.
Pelo menos deveria.
E acho que se não estivesse, nem estaria lendo isso aqui.
Bem, como eu disse, esse não é nosso único segredo.
Temos uma segunda camada.
Será que você se lembra?
Eu não posso ficar falando desse segredo muitas vezes.
Então vou sussurrar, só pra lembrar vagamente do que se trata:
Quando você vai pro piano, você tem uma responsabilidade.
É verdade, lá fora, eles só pensam no piano como ‘diversão’.
E na cabeça deles só o que passa é:
‘Responsabilidade’ é chato, ‘diversão’ é legal.
Agora estamos na segunda camada, e sabemos que as duas tem uma ligação.
Lembra o que significa essa ‘responsabilidade’?
Quando você senta no banquinho, quando está com uma missão ou objetivo estabelecido, você senta e a primeira coisa que faz é OBSERVAR. Você simplesmente observa o resultado que está obtendo. Depois de observar sem nenhuma ansiedade, você JULGA: o resultado é o esperado? Onde está a dificuldade? Onde está o tropeço? Onde está o buraco?
Depois de julgar o resultado, você DEFINE uma possível solução.
Define como vai resolver a dificuldade, tropeço, buraco.
Por último:
Mãos na massa.
Você coloca a solução em ação…
E volta ao ciclo de observar, julgar etc.
É uma pena que lá fora eles não conseguem ver instantaneamente que isso é uma máquina de alegria.
Mas não vamos atrapalhá-los.
Nós já temos nosso plano secreto em andamento, certo?
Se você não está seguindo sua máquina de alegria, se não tem um plano, nem sabe o quê observar, nem qual a solução para as dificuldades, bem, aqui está a explicação do que você deve seguir:
https://www.metodorealdepiano.com.br/piano-para-adultos/
O professor complicado vs. o aluno confuso
Na junventude, sofri com alguns professores que, na minha visão, são um tipo de tragédia ambulante.
Sabem muito…
Sabe demais, até…
É admirável o quanto sabem…
Mas deixam qualquer aluno mais confuso do que quando chegou.
Conhecem cada detalhe da harmonia, mas explicam como se estivessem falando com um doutorado em música. Dominam a história do piano, mas usam isso para intimidar em vez de esclarecer. Citam compositores jamais citados antes, quando o aluno só quer entender por que não consegue tocar uma escala.
O problema não é o conhecimento.
É a vontade de não ser professor.
E o aluno confuso do outro lado, não sabe nem como enfrentar isso.
Alguns professores acham que ensinar é despejar informação.
Confundem impressionar com educar.
E o resultado é sempre o mesmo:
Aluno perdido.
Muita gente diz que isso é ‘ego’.
Que é a necessidade de ficar provando que sabe, pra mostrar que é intelectualmente superior. Bem, eu não tenho certeza disso. Às vezes acho que dar aulas foi a única opção que parecia que sobrou, então mesmo sem nenhuma vontade ou preparo pra isso, a coisa foi levada no modo sobrevivência.
E o aluno?
O aluno vira plateia de um show que não pediu pra assistir.
A solução é fácil não é?
Muda-se de professor.
O drama é:
Nem sempre o problema é tão evidente assim.
Aliás, aqui, depois de todas essas palavras acima, chegamos no que mais interessa pra nós:
O pior problema de todos, é o contrário.
Quando um ÓTIMO PROFESSOR parecia complicar…
Mas que nada, foi a gente que ao invés de ‘confusos’ fomos apenas ‘teimosos’.
Sim, nem sempre um bom professor consegue vencer a nossa teimosia.
A principal teimosia de todas é achar que a gente sabe do que precisa.
Parece algo prudente, parece algo que devemos estar fazendo o tempo todo, atentos pra não perder tempo, mas muitas vezes o professor é tão bom, tão experiente e sabe tanto do caminho, que ele nos mostra as verdadeiras soluções, e não a solução que a gente pensa que precisa.
E, olha, alguns professores chegaram a me falar isso claramente…
Mesmo assim, na minha teimosia, eu achava que não tinham razão.
Hoje vejo que eu estava errado…
E que perdi oportunidades valiosas.
Sim, é verdade…
Existem professores bons e professores ruins…
Existem alunos bons e alunos ruins…
Existe até diferença de professor dependendo do nível do aluno.
E nem professores e alunos sabem direito aonde cada um está nessa escala.
Só nos resta mesmo experimentar e ficar com o que é bom.
Experimentar e deixar o resultado aparecer.
Pra experimentar um método que respeita tanto o que você sabe quanto o que ainda precisa descobrir, veja o ‘Do Zero à Pour Elise’ aqui:
https://www.metodorealdepiano.com.br/piano-para-adultos/
NOVO VÍDEO: Nona sinfonia de Beethoven para Intermediários ao Piano
Se você sempre sonhou em tocar a melodia famosa da Nona Sinfonia de Beethoven, mas achou as versões mais simples um pouco magras, neste vídeo aqui vou te mostrar uma versão muito mais cheia e poderosa dessa melodia:
Por que pianistas fazem teatro no piano
Você já deve ter reparado:
Tem pianista que parece estar fazendo um espetáculo além da música.
Cruza as mãos com uma elegância suspeita.
Faz gestos que beiram o dramalhão.
(alguém aí disse ‘Lang Lang’?)
Ou movimentos que gritam:
‘– Olha só como sou sofisticado!’
Mas calma.
Antes de rotular como pura encenação, vale entender o que está acontecendo ali.
Tudo bem, tudo bem…
Qualquer coisa verdadeira e necessária pode ser avacalhada, mas nem todo cruzamento de mãos é vaidade. Aliás, o ‘cruzamento de mãos’ é um exemplo perfeito: na maioria das vezes é preciso recorrer a ele pois a outra mão está realmente muito ocupada. E não é só isso…
Às vezes uma mão específica alcança melhor o som desejado.
Ok, isso é raro.
Poderíamos dizer que a maioria das mãos cruzadas são frescura?
Sim, acho que poderíamos.
Mas como vimos aqui, nem sempre é teatro.
É busca por uma sonoridade específica.
A mesma nota tocada pela mão ‘errada’ pode soar diferente.
Mais brilhante.
Mais aveludada.
Mais incisiva.
É como escolher entre diferentes pincéis para pintar a mesma linha.
Friamente falando, qualquer um serve.
Tecnicamente, cada um entrega um resultado.
O mesmo vale naqueles arpejos que parecem complicação desnecessária.
Quebrar um acorde em notas separadas às vezes não é preguiça técnica.
É efeito intencional.
Algumas harmonias são fisicamente impossíveis de tocar todas juntas.
Outras, mesmo sendo possíveis, ganham outra cara quando espalhadas no tempo.
Por isso, da próxima vez que presenciar esses teatrinhos pianísticos, considere:
Que tipo de som está sendo perseguido ali?
O que parece exibicionismo pode ser apenas um recurso.
Pra aprender a usar esses recursos de forma musical e não avacalhada, veja como o Do Zero à Pour Elise pode te ajudar aqui:
https://www.metodorealdepiano.com.br/piano-para-adultos/
Essa é pra quem está na fase da intenção musical
Quando um iniciante vê uma ligadura que liga um Dó a outro Dó, ele somente precisa saber que basta segurar a tecla.
Ufa!
Fácil, não?!
Sim, isso está perfeito para o iniciante.
Agora, existe algo que para o iniciante é frescura, mas para outra fase não é:
Existe a intenção do compositor.
(pausa estratégica no assunto: na maioria das vezes que cito a frase ‘intenção do autor’, um gatilho é disparado na mente de certos indivíduos. Eles imaginam que estou falando em idolatrar o que está escrito ao nível da demência literal, algo jamais imaginado por ninguém que é músico de verdade. Como veremos aqui, não se trata disso)
Quando um intermediário vê essa ligadura, ele deve enxergar além.
Pois embora a realização técnica seja a mesmíssima (basta ‘segurar a tecla’) o compositor pode ter indicado ali uma respiração.
Não necessariamente um fim de frase.
Mas algo que marca uma mudança sutil.
Neste momento só consigo pensar na seguinte analogia:
Você encontra alguém pela manhã no elevador e diz…
‘– Bom dia! Como vai?’
‘Bom dia’ é uma coisa…
‘Como vai?’ é outra coisa…
Mas funcionam juntos num sentido só, embora isolados fossem diferentes.
E você não vai se sentir ofendido se a outra pessoa disser:
‘– Tudo bem! E com você?’
Bem, ela nem considerou que você disse ‘Bom dia’…
Mas tudo bem, pois a intenção foi chegar no ‘Como vai’.
Quando conseguimos captar esse tipo de intenção do compositor, podemos escolher a maneira de destacá-la. A falta disso trás aquela pesada sensação de som mecânico que alguns intermediários sentem, pois embora esteja tocando as notas certas, as transições ficam muito ‘chapadas’, como se fosse um desenho sem sombras.
Por isso chamamos as ligaduras de ‘articulação’:
Elas mostram como as ideias musicais se conectam.
Se você quer aprender a desenvolver sua técnica e a sensibilidade musical de forma organizada, conheça o ‘Do Zero à Pour Elise’ aqui:
https://www.metodorealdepiano.com.br/piano-para-adultos/
NOVO VÍDEO: Como nomear acordes MISTERIOSOS no piano
Aprenda a identificar e nomear acordes misteriosos no piano com este segredo aqui:
O que é técnica de piano
Quando a gente pensa em técnica pianística, é normal uma certa nuvem de palavras pairar na nossa imaginação.
Algumas dessas palavras são:
* Exercícios
* Truques
* Velocidade
* Agilidade
* Flexibilidade
* Frescura
E essa associação de palavras não está errada, não.
Desenvolver técnica tem a ver com exercícios.
Muitas soluções técnicas são aplicadas com fórmulas e truques.
O resultado de uma boa técnica é o aumento de velocidade, agilidade e flexibilidade.
E algumas opções técnicas são feitas por frescura.
(alguns se defenderiam dizendo ‘estética’)
Mesmo assim, é uma pena que muitos se limitem a essas palavras.
Por quê?
Porque técnica não é isso.
‘Técnica’ é a maneira mesmo que você toca.
Você tem uma intenção de realizar algo.
Você realiza essa intenção de alguma maneira.
E essa ‘alguma maneira’ é a sua técnica.
Então mesmo que queira tocar algo simples, algo que não exija velocidade, nem agilidade, mesmo assim, essa coisa simples pode sair uma porcaria, porque muitas vezes nós não temos o controle necessário do nosso corpo pra realizar o resultado real de acordo com nossa intenção, mesmo em coisas simples.
Aí muita gente tira duas conclusões:
1) Não tenho dom, portanto desisto.
2) Não quero velocidade, não quero fazer exercícios, nem gosto de frescura, então tenho que descobrir o truque pra alcançar a intenção.
E começa a busca louca pelos truques.
É uma pena mesmo.
Tudo se tratava em transferir a sua intenção por meio do seu corpo, buscando desenvolver a capacidade de melhorar essa transferência…
E acaba que o resultado é a desistência…
Ou o acúmulo de truques mal feitos…
Sempre achando que no próximo truque tudo vai se resolver.
De todos os pilares que formam a arte de ‘tocar piano’, o pilar técnico é com certeza o mais desprezado.
Não só isso:
É o que mais prende os que começaram adultos no labirinto da estagnação.
Por isso uma das missões que assumi pessoalmente é levar os interessados a enxergar isso e tomar o caminho de conquistar sua técnica.
Espero que um dia você enxergue isso claramente.
Pra entender como um adulto iniciante se desenvolve nesse pilar técnico, veja este vídeo:
https://www.metodorealdepiano.com.br/piano-para-adultos/
Por que 72 bpm pode não ser 72 bpm
Tem gente que vê esse negócio da marcação metronômica registrada pelos compositores da seguinte maneira:
Beethoven escreveu 72 BPM na partitura?
Então tem que ser 72 BPM.
Nem 71, nem 73.
Exatamente 72.
Como se Beethoven fosse um relógio suíço.
Sei que a tradição musical não tratava o andamento/velocidade assim.
Nem mesmo quando se passou a adotar o número exato de BPM.
Na época de Beethoven, os músicos já consideravam essas marcações como flexíveis.
Ninguém tinha pudor em tocar a 69, ou 66.
Será que Beethoven ficaria irritado com isso?
Pode ser que sim…
Mas e daí?
Bem, eu vejo esse negócio do andamento de duas maneiras: 1) essa flexibilidade não é apenas inevitável, mas natural e saudável. Ela depende até do momento do músico, do lugar em que ele vai tocar, e do público pra quem ele está tocando. Talvez nessa nossa época seja sensato lembrar que ‘flexibilidade’ não significa ‘distorção’, e que até mesmo quem diz que ‘não há limites pra adaptação’, realmente não acredita nisso…
Mas aqui não é bem o lugar pra discutir isso.
Agora a segunda maneira que vejo isso é mais especial pra nós:
2) Você precisa compreender o seu próprio andamento/velocidade:
Você define o seu andamento de prática…
E define seu andamento ‘alvo’.
E adapta o seu dia a dia a partir disso.
Se a música ficar desfigurada, é provável que deu um passo maior do que as pernas.
Se conseguiu avançar do andamento de prática em direção ao alvo…
Maravilha!
O caminho está bem traçado.
E assim você fica longe dessa confusão e da ansidade de correr atrás do BPM do papel.
Pra seguir o passo a passo já pronto, sem ter que adivinhar o caminho bem traçado, siga o Método Real de Piano aqui:
https://www.metodorealdepiano.com.br/piano-para-adultos/
Os segredos do caderno de Bach para iniciantes ao piano
O quanto você conhece da porta de entrada oficial da música de Bach?
Bem, aqui está um guia essencial para o famoso “Caderno de Anna Magdalena Bach”:
A Bizarra História dos Cantores Castrados
Esqueça por um momento o que você imagina que seja o mundo da música:
De um lado, uma nação gelada que promete dar vida a uma revolução sonora (será mesmo?), provando que a inovação pode surgir de lugares inesperados (e desconhecidos da maioria).
Do outro, uma prática ancestral e perturbadora que forjou vozes ‘divinas’ através de uma crueldade indizível: os famosos cantores castrados.
Veja a arte sob uma luz completamente nova (e um pouco perturbadora) aqui:





