Por que sou contra um “curso completo de piano”
Qual a sua profissão?
Professor?
Advogado?
Enfermeiro?
Policial?
Dona de casa?
Adolescente reclamão desempregado?
Vamos supor que seja advogado (ou advogada, me dispense de qualquer lei politicamente correta).
Essa é uma profissão que todos sabem mais ou menos o que faz.
Você levaria a sério um “Curso Completo De Advocacia”?
A primeira pergunta que você faria é:
“Que diabo de advocacia estão falando?”
— A que cuida da área civil: responsabilidade civil; execuções; ações de cobrança; apresentação de defesa e recursos; análise, elaboração e revisão de contratos; notificações, procurações; etc…
— A que cuida de ramos específicos, como a advocacia imobiliária: assessoria na compra e venda imóveis; contratos de locações; ações judiciais de propriedade e posse; regularização de imóveis e escrituras públicas, etc…
— A que cuida do consumidor: ações de indenização; restituição de valores pagos indevidamente; revisão de contratos de consumo; medidas de urgência; etc…
(Eu nem sabia que existia tudo isso em advocacia)
Seria confiável um material que prometesse ensinar todos os itens acima?
É por isso que nunca vou oferecer um “curso completo de piano”.
Sei que nem todos que oferecem algo assim estão agindo de má-fé.
Estão apenas utilizando uma figura de linguagem que já está difundida.
Mas, consciente ou não, oferecer um “curso completo” sempre precisará colocar em letras miúdas: “este curso não é tão completo assim…”.
Por isso acho muito mais sensato atacar o estudo por problemas, principalmente aqueles que são mais típicos e que são menos falados.
(Nota: Se você quer compreender melhor essa minha visão, então cadastre-se no Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)
O mito do “aprenda fácil”
Vamos discutir um grande mito que ronda o aprendizado de piano.
E qual é?
A idéia de que basta você aprender a localização das notas no teclado e a executar alguns acordes e, BUM, em questão de 3 meses você é um músico.
Acho essa idéia muito divertida.
Ainda mais que estou há 30 anos estudando o instrumento e continuo aprendendo.
Existem 2 motivos pra essa ilusão:
1 – Maior facilidade de tocar uma nota no piano do que em outros instrumentos.
2 – A tremenda versatilidade do piano, que é capaz de representar outros instrumentos.
A ilusão termina quando o aluno descobre que não existe correspondência entre um dedo e uma tecla.
Puxa! Quando isso acontece o mundo cai.
E depois disso, que é preciso que as duas mãos façam um trabalho diferente entre si…
…e os saltos de oitavas?
…e os trinados e variações de trabalho entre o dedo 4 e 5?
Tudo isso vai minando aquela “paixão” tão ardente do estudante.
Pode ser que você já tenha caído em algum desses conteúdos por aí do tipo “aprenda fácil”,
“piano descomplicado”
“piano divertido”…
Acontece que enquanto você não criar uma rotina de estudos, nada é fácil, nem descomplicado, nem divertido. Aliás, cometo aqui uma gafe, pois digo “estudo” e isso pode passar uma idéia de dificuldade, mas fazer o quê?
É necessário estudo e dedicação, sim.
Mas só porque admito que é necessário estudo, não quer dizer que é difícil.
Ou complicado. Ou maçante.
Certo?
(Nota: Se isso ficou claro e você ainda sente motivação, aqui vai a conclusão: cadastre-se no Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)
Não coloque o carro na frente dos bois
Aqui está um comportamento muito comum:
Sempre queremos colocar o carro na frente do bois.
Ou seja, pulamos a hierarquia das coisas e acabamos invertendo etapas e chegando a lugar nenhum.
Não existe “carro na frente dos bois” mais comum entre os iniciantes de piano, do que a tentativa de sair tocando como se fosse um músico completo depois de estudar apenas uma semana.
Isso é perceptível por perguntas do tipo:
“Tentei tocar tal música e não consegui, meus dedos não me obedecem…”
Ou:
“Meus amigos falaram que eu estava fora do ritmo…”
E a recomendação que sempre dou é a seguinte:
Comece sempre estudando com as mãos separadas e muito devagar.
Nunca esqueça: Mãos separadas e lentidão.
O iniciante que tenta algo diferente disso, está sim colocando o carro na frente dos bois.
Isso se aplica mesmo no processo que chamo de imitação.
Só depois disso, é que faz sentido partir pra juntar as mãos.
Claro, juntar as mãos exige um pouco mais de dedicação e não acontece de forma automática, mas conforme você adquire mais experiência, esse trabalho de mãos separadas vai ficando cada vez mais raro.
Depois de um tempo, estudar com as mãos separadas vira uma prática apenas para resolver problemas específicos de certas músicas.
Resumo: inclua na sua o costume de estudar a mão direita e esquerda separadas, buscando desenvolver o entendimento do trabalho de cada uma de forma independente.
Depois disso, parta pra a junção.
Esse não é nenhum segredo, nem uma dica arrasa-quarteirão.
Mas com certeza é uma pequena parte da fórmula do seu sucesso nos estudos de piano.
(Nota: Se você quer entender como começar no piano, então cadastre-se no Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)
Na prática a teoria é outra
Algum tempo atrás, um daqueles que dizem “gostei das suas aulas, mas…”, pediu pra que eu enviasse um material sobre o seguinte:
* Desenho de todas as claves.
* Explicação dos intervalos e suas aplicações estruturais.
* As figuras rítmicas e seus respectivos ditados.
* A formação de acordes e suas relações harmônicas.
* Os estilos musicais e suas formas rítmicas.
* Explicação dos vários adornos musicais.
* blá, blá, blá…
Ele sugeriu que eu escrevesse tudo isso em um PDF e colocasse à venda.
Prometeu que seria um dos primeiros compradores.
A minha resposta foi:
“
Alberto,
Todas essas informações são importantíssimas e necessárias, mas percebo uma preferência pela teoria. Como você pretende exercitar ‘os acordes e suas relações harmônicas’? Sendo mais direto: como você vai executar tudo isso no piano?
“
E a resposta foi:
” Não sei, mas vou dar um jeito. Tem alguma sugestão? “
Veja bem, não acho que a teoria esteja em segundo plano.
Nem que não possa ser estudada isoladamente.
Tanto pode como existem pessoas que se beneficiam intelectualmente somente estudando teoria musical.
Minha objeção é quanto às pessoas que pretendem aprender a tocar, mas não percebem que o seu corpo precisa aprender a fazê-lo.
Isso é algo que a teoria não pode ensinar.
Na época só pude pedir para o Alberto aguardar mais um pouco, mas tanto ele como você podem agora aproveitar “O Pianista Aprendiz”.
Praticamente todas as dúvidas teóricas podem ser resolvidas com uma simples consulta ao Google, mas você precisa entender como colocá-las em ação.
Essa é a metodologia de “O Pianista Aprendiz”.
Inscreva-se aqui:
https://www.aprendendopiano.com.br/pianista-aprendiz/
Qual o melhor jeito de aprender piano?
Muitos que buscam material pela internet, querem aprender piano de modo autodidata.
Buscam alguém que diga: faça isso…
faça aquilo…
e pronto.
Sempre algo com um tom de “passo-a-passo”.
Esse é um pensamento clássico dos autodidatas.
Acontece que esse pensamento “autodidata” esconde uma confusão primordial:
Não existe “mestre de si mesmo”.
Você terá sim um professor, embora não de modo presencial.
Quem viveu os anos 80, certamente se lembra dos cursos por correspondência do tipo “Kung Fu Sem Mestre”.
É um nome engraçado, muito impactante, mas é apenas um exagero.
Afinal, quem criou o conteúdo todo senão um mestre?
Mas, claro, você não precisa acreditar em mim.
Simplesmente faça o teste:
Pegue qualquer receita de aprendizado e tente aplicar.
Alguma coisa você consegue.
Mas muitas dúvidas e dificuldades aparecem.
Bom, o ponto central que quero esclarecer é o seguinte:
Dê preferência para aulas presenciais com professores particulares. Essa sempre será a melhor maneira de aprender. Não importa a maravilha que seja um método de ensino, todo contato pessoal envolve algo que não está fechado em um roteiro fixo. E isso é excelente! Claro que existem outros pontos a serem analisados: O professor é bom mesmo? Tem boa didática? Posso pagar o preço de uma aula particular? Tenho acesso a algum professor na minha região?
São perguntas importantes e decisivas.
Por isso existem outras modalidades de aprendizado.
Um exemplo é a enxurrada de material disponível na internet — um pouco caótico, é verdade — e as dezenas e dezenas de materiais impressos que estão à venda.
Então, quando você precisa recorrer a esse material, as perguntas anteriores se mantêm (O professor é bom mesmo? Tem boa didática? etc), mas uma nova dificuldade é acrescentada: o parâmetro disciplinar.
Se você paga um professor particular ou uma mensalidade em uma escola de música, pelo menos estará estudando naquele momento em que o professor está presente.
E no ensino online?
Aí você está por conta!
Por isso é muito importante que você tenha muito claro para si mesmo os objetivos e sonhos ao piano. É perfeitamente possível que você aprenda a tocar por meio de ensino online, mas precisa sair do passivo e ir em direção ao ativo.
Tenho feito dezenas de testes e tentativas de melhorar a maneira de ensinar pela internet, principalmente me afastando da infantilização excessiva, e os resultados tem sido cada vez melhores.
Espero que você se mantenha firme nos estudos do instrumento e, cada vez mais, perceba como é importante manter a disciplina de estudos.
E se você precisa de material organizado para estudar…
Não perca a oportunidade de se inscrever no “O Pianista Aprendiz”:
https://www.aprendendopiano.com.br/pianista-aprendiz/
Não leia isto (a não ser que queira aprender piano…)
O que uma arara disse depois de sobrevoar a internet?
— CAOS!
— CAOS!
— CAOS!
😀
Eu sei, foi uma piada ruim…
Ainda assim ela é verdadeira.
Mesmo existindo muita coisa boa sendo distribuída abertamente na internet, em alguns casos precisamos de um conteúdo organizado e confiável.
Por isso utilizo a internet como ferramenta para publicação de materiais sobre piano.
É fácil e acessível, e posso encontrar interessados em aprender, já que todos recorrem à internet para procurar soluções.
Por isso faço meu material focado em resolver dificuldades e dúvidas.
As pessoas estão atrás de soluções…
Então é solução o que ofereço.
Mas o formato da internet praticamente conduz ao caos.
Não somente pela quantidade de coisas publicadas, mas a própria facilidade em que o usuário pula de uma coisa pra outra…
Responda-me se não é verdade:
Você tira um tempinho pra assistir algum vídeo e vai pulando de vídeo em vídeo, totalmente fora de controle…
Quando viu, lá se foram horas desperdiçadas.
Bom, quanto ao conteúdo sobre o piano, me disponho a lhe fornecer algo mais organizado e sem me esconder.
Sempre respondo as mensagens mais sensatas.
Um forma de resposta é o treinamento “O Pianista Aprendiz”.
Se você percebeu que meu estilo de ensinar pode conduzir até o aprendizado de piano, deixo aqui disponível um treinamento que visa resolver de vez os problemas práticos que você vai enfrentar no piano. Qualquer dúvida teórica sobre música pode ser sanada com uma simples consulta ao Google, mas ter um caminho claro para a conquista prática do piano, já não é tão fácil.
E que termine o reino do caos!
Seja feita a luz!
E não importa se você é um total iniciante ou intermediário no piano…
Aqui está uma possível solução:
https://www.aprendendopiano.com.br/pianista-aprendiz/
3 maneiras erradas de estudar piano
Não é sempre que temos energia pra estudar da maneira correta.
Aquela maneira que nos faz colher mais frutos.
Tenho plena consciência disso.
Também tenho de lidar com essa falta de concentração.
E para esses momentos, faça aquilo que você achar conveniente:
* Estude uma nova música que você achou bonita;
* Explore alguma coisa de teorial musical;
* Tente criar algum exercício maluco, etc.
São momentos que devemos conduzir com leveza.
Agora, se estamos falando do pão mesmo, daquilo que vai encher nossas barrigas (e não simplesmente do Chocolate Surpresa com figurinhas de animais que nos deixa contentinhos)…
Então os seguintes erros são comuns:
1) Tentar tocar o trecho como se já fôssemos mestres faixa preta:
Por que não aproveitar o momento de concentração pra lidar pacientemente com as lições?
2) Não ter um objetivo:
Tudo bem, nos momentos de chocolatinho você faz a coisa sem atenção, mas no momento de estudar mesmo, você precisa ter certeza de que está tentando resolver algum problema, ou tentando completar um pequenho trecho, um pequeno compasso.
Qualquer coisa que se coloque como objetivo, já nos dá mais foco.
3) Criar uma rotina fácil demais:
Pra dar o petisco que nosso ego nos pede a todo momento, como um cachorrinho pidão, não nos propomos desafios.
É sempre o mesmo tipo de música.
O mesmo 4/4 apenas com semínimas.
É claro que você pode ser feliz lidando com o piano apenas dessas 3 maneiras.
Você só não pode avançar.
Existem mil maneiras de você se enganar que está aprendendo piano…
E tudo bem, explorar e fazer as coisas apenas com leveza é extremamente necessário.
Mas pra ter segurança você precisa de desafios e saber como resolvê-los.
(Nota: Quer aprender piano e entender quais são os desafios iniciais? É iniciante? Então conheça os princípios do instrumento no Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)
Você não precisa tocar piano bem
Quando perguntei se já havia tocado algo do Minicurso, a Rosely Atanes respondeu ao e-mail assim:
“Estou me aperfeiçoando…
tocando ‘Primavera’…
Sou exigente comigo.
E ainda não passei para a próxima.”
Esse negócio de “sou exigente” e “ainda não passei pra próxima” me lembrou o seguinte:
O estudante deve buscar fluência, mas, não adianta, ele não vai tocar bem.
Perseguimos um ideal do tipo: cada lição precisa ser um diamante polido.
Mas não é assim que as coisas funcionam.
A verdade é que você não precisa tocar bem, mas precisa PERSEGUIR o tocar bem.
Por isso sempre falo em imitar o resultado musical que o professor está fazendo.
Isso vai ensinar aos poucos, deixando o iniciante consciente do que precisa fazer até chegar ao ponto que não precisa mais pensar nisso pra tocar bem.
Lembra-se de quando você começou a escrever?
Letra tremida, incompreensível, fora da margem, às vezes até do avesso…
Mas você não precisou deixar o “A” perfeito pra ir até o “B”.
Assim é na música, você vai perseguindo o resultado, sem esquecê-lo, tentando alcançá-lo com vontade, mas não pode ficar paralisado por causa disso.
(Nota: Quer aprender piano? É iniciante? Então conheça os princípios do instrumento no Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)
Aprender piano com um tecladinho de bichinhos da fazenda
Quando me perguntam sobre a qualidade de tal ou qual instrumento, minha resposta é:
“Qualquer instrumento é melhor do que instrumento nenhum.”
Mas, contando com o seu bom senso, isso não quer dizer que se possa usar um daqueles tecladinhos de criança que fazem sons dos animais da fazenda: tem a ovelha, a vaca, a galinha, o galo, o pato, o porco…
Realmente é bem completo, mas não serve para nosso propósito.
Sempre recomendo um piano acústico, mas como não existe uma recomendação genérica e são muito caros, você pode sim aprender com qualquer tipo de piano ou teclado que estiver a mão.
Nunca deixe de estudar por falta de um instrumento melhor.
Ainda lembro do tecladinho de 5 oitavas que usei por muitos meses.
Então, se é só um tecladinho de 4 ou 5 oitavas que você tem acesso, que seja com ele.
Só não com o tecladinho da fazenda.
Nem o da floresta.
Se você quer uma recomendação mais direta, pesquise a linha P da Yamaha ou linha Privia da Casio. Existem vários modelos e algum pode ser encaixar no seu bolso.
(Nota: Depois de conseguir um instrumento, não esqueça de buscar o material de estudo. Conheça os princípios do instrumento no Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)
Como ofender uma pessoa elogiando-a
Publique constantemente algo na internet e é apenas questão de tempo pra começar a receber ofensas.
Ainda mais se você falar sobre música, que é algo tão querido para muitos.
Essas ofensas são comuns vindas de perfis falsos.
Covardia ou “macheza de internet” é algo muito deprimente, não é mesmo?
Mas, realmente, me chamar de babaca, de desgraçado, xingar minha mãe…
Nada disso me ofende.
Ainda mais se vier de um total desconhecido.
A coisa que mais me ofende é a seguinte:
Qualquer aluno, que goste muito de estudar piano e faz parte dos meus treinamentos, já tendo evoluído algo nos estudos, vira pra mim e fala: “Nossa, professor, eu nunca vou chegar a tocar como você, você tem um dom”.
Peraí, “dom”?
E todo o tempo que dediquei estudando esse instumento, não conta?
Foi só um raio mágico que Zeus jogou e pronto?
E o fato de eu criar um site chamado “Aprendendo”, indicando que o aprendizado é contínuo, isso não importa?
É claro que não fico ofendido de verdade.
Entendendo perfeitamente o que o aluno quer dizer.
O que me preocupa, e esse é o verdadeiro motivo desta mensagem, é que os interessados em aprender a tocar piano saibam que esse papo de “dom” ou “vocação”, do jeito que é normalmente entendido, é uma noção falsa. Sim, existem pessoas que nasceram excepcionalmente dotadas para a música…
Mas, mesmo essas, se não estudarem, estarão apenas desperdiçando talento.
Por isso acho mais eficiente mostrar como resolver os principais problemas.
Para que os alunos saibam que tudo é contornável.
Sem precisar de um “dom”.
(Nota: Se você é mesmo iniciante, então conheça o Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)






