2 maneiras indispensáveis de estudar piano

Ainda vou escrever um artigo inteiro sobre a importância do treinamento técnico, subdividindo e esmiuçando esse assunto até deixá-lo explicado o suficiente.

Mas hoje quero falar de um treino específico, que desenvolve a percepção e a execução das articulações entre as notas.

Esse treino, na verdade, está dividido em duas etapas, porque deriva das duas formas básicas de se conectar, articular, uma nota à outra: LEGATTO e STACCATO (termos italianos – como toda a terminologia musical erudita – que significam ligado e destacado).

Tradicionalmente, as articulações são classificadas em 4 categorias: legatto, staccato, non legatto e portato; mas podemos dizer tranquilamente que o legatto e o staccato são as formas principais de conexão entre as notas, uma vez que os dois outros modos são uma espécie de variação dessas.

No processo de sucessão das notas, quando uma dá lugar à outra, podemos tanto conectá-las ligando-as (sem deixar um espaço de silêncio) quanto destacando-as (deixando acontecer um breve silêncio).

Então:

  • LEGATTO é a articulação que não deixa um espaço de silêncio entre as notas;
  • STACATTO é a articulação que deixa um espaço de silêncio entre elas.

Muito bem. Os treinamentos que descrevo a seguir se baseiam nessas duas articulações, o primeiro chama-se LEGATTO LENTO e o segundo STACCATO FORTE.

Antes de abordá-los, quero deixar claro que a ênfase que vou dar está em COMO ESTUDAR; isso significa que não vou falar da execução do legatto e do staccato nas músicas, mas de como exagerá-los, por assim dizer, para que você desenvolva o seu mecanismo e a sua sensibilidade às nuances. Você deve treinar as mesmas melodias ou escalas das duas maneiras.

LEGATTO LENTO

O principal objetivo de treinar o legatto lentamente é alcançar um melhor controle das intensidades e das dinâmicas, porque é muito comum e inapropriado que aconteçam acentos em trechos leves das peças.

Um acento errado desequilibra a harmonia da frase musical e muda completamente a “mensagem” que o compositor desejava transmitir. Se um acento não estiver escrito, ele não deve ser executado, a não ser que o músico esteja reinterpretando a peça e acrescentando mudanças conscientemente. Nesse caso, o interprete está num patamar muito alto.

O que você vai evitar ao praticar o legatto lento são erros mesmo. Com ele você alcançará a capacidade de tocar de acordo com o anotado, no que diz respeito às intensidades e dinâmicas.

Toda a prática do legatto lento deve estar envolvida numa atmosfera de lentidão e maciez. Isso quer dizer que o andamento usado no exercício será lento e que os seus músculos trabalharão com leveza e velocidade constantes, sem acelerações repentinas.

Então você vai escolher a melodia ou escala que deseja treinar e executá-la de maneira que as notas se sucedam sem intervalos.

A alternância dos dedos tem de ser ininterrupta, um dá lugar ao outro como se o movimento fosse um só, e você vai atacar as teclas como se estivesse apertando um travesseiro, como se não houvesse um limite final ao seu ataque.

É necessário que todas as notas se sucedam sem quebra de som e que você, ao atacar as teclas, perceba o mecanismo do instrumento, sinta o momento em que cada nota soa.

Praticando esse exercício regularmente você melhorará muito no controle dos dedos e do instrumento.

STACCATO FORTE

Quase em oposição ao legatto lento está o staccato forte. Por esse motivo, eles se complementam maravilhosamente bem, conferindo ao estudante uma habilidade suficiente de execução das diferentes articulações.

O principal objetivo desse exercício é evitar o desequilíbrio rítmico, principalmente nos trechos mais rápidos. O problema do desequilíbrio rítmico é muito sério, até os leigos o percebem, tamanho o “ruído” causado por ele.

Praticando o staccato forte, você vai estimular seus dedos a aprenderem melhor as peças, diminuindo a diferença de precisão entre eles e aumentando a precisão de ataque.

Os dedos 4 e 5 sempre serão mais fracos, no entanto, esse treinamento vai aumentar a capacidade deles, afinal, os teimosos também sedem à disciplina.

Nesse exercício, as idéias de força e impulsividade dão o colorido ideal. Você vai executar o trecho escolhido acionando os dedos para baixo e para cima em movimentos bruscos, como se estivesse arrancando as notas do instrumento.

Serão ataques rápidos, que começam e terminam de uma vez e deixam um espaço de silêncio entre as notas. Os dedos devem começar o exercício encostados nas teclas – não se deve trazê-los de cima – e o movimento de cada um é feito num disparo.

Se você quiser deixar as melodias mais precisas, não há exercício melhor.

VÍDEO DE EXEMPLO

Para entender melhor o que eu disse, assista ao vídeo que gravei sobre esse tema, você me verá executando os dois exercícios.

(Nota: Se você é um estudante intermediário de piano e sente que está empacado no aprendizado, faça seu cadastro pra receber o conteúdo Como Criar Exercícios Para Piano! Cadastre-se aqui.)

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O drama do pianista amador

Sei bem que o meu aluno típico não pretende ser um pianista profissional — e não há nada de errado nisso. O que me incomoda é o nome usado para designar essa atividade secundária: “Um hobby, um passatempo”.

A carga negativa que esses termos carregam faz o próprio aluno entender errado o seu envolvimento com a arte de tocar piano, igualando-a ao que não tem importância, ao que pode ser abandonado por falta de sentido.

O apelo que vou fazer aqui é em favor de um termo esquecido, tão cheio de significado que é espantoso o seu desuso: AMADOR.

Como seria bom ouvir “– Pretendo ser um pianista amador” ou “– Sou um pianista amador”. Assim eu entenderia a seriedade das intenções do aluno e trabalharia com a certeza de bons resultados.

Aliás, a meta principal do site AprendendoPiano.com.br é a formação do pianista amador, fornecendo-lhe todo o tipo de informação necessária para um desenvolvimento sólido, sem “ocultar pérolas”, como vi acontecer muitas vezes. Por esse motivo, os profissionais também se beneficiam com os meus conteúdos e aulas. Repasso sem cerimônias as dicas que mais dão resultado.

Para começar, então, a defesa do nome certo dessa atividade encantadora é preciso que se fale dos tipos básicos de profissionais.

PROFISSIONAL lado B e PROFISSIONAL lado A

Em geral, falamos que alguém é profissional quando “ele faz disso a sua profissão”; ou seja, é tocando piano ou teclado que o caboclo põe o pão na mesa. Nesse sentido o músico do bailão é tão profissional quanto Nelson Freire. E embora isso não esteja errado, não é assim que vou tratar essa noção.

É necessário que o trabalho do pianista seja tocar piano para que o designemos profissional, sem dúvida. Mas a qualidade técnica também tem de ser avaliada. Se a desenvoltura não for levada em conta, o profissional pode não ser tão profissional assim, sendo um “profissional lado B”, ou “profissional erro-de-gravação”.

É considerando puramente a qualidade técnica que expressamos o bom trabalho de alguém ao falarmos coisas do tipo: “– Caramba! Essa lasanha ficou de profissional.

Então, para mim, profissional é o sujeito que possui uma desenvoltura técnica altíssima e faz da atividade de tocar piano o seu trabalho.

Nessa classe encontramos o nosso, já citado, Nelson Freire, também Vladimir Horowitz, Sergei Rachmaninoff, Arthur Rubinstein e muitos outros. Todos mestres na arte, que servem como nossos modelos e inspiração. Esses são lado A, mas elevados à enésima potência.

Para chegar ao nível deles não somente talento, vontade e dedicação são imprescindíveis, mas, também, tempo. É preciso que o talento, a vontade e a dedicação tenham agido desde a infância.

No caso dos não-profissionais, o nível técnico será invariavelmente menor, mas suficiente ao que eles se propõem. Tocar para os familiares, amigos ou na igreja é uma coisa maravilhosa, que enche o coração das pessoas de alegria, e é louvável que haja pessoas que se dediquem a isso.

O esforço que o aluno terá de engendrar também não é pequeno, só é menor.

Como falei, o que pretendo destacar é a maneira como as pessoas nomeiam essa atividade secundária. Quero mostrar como os termos hobby ou passatempo são inferiores a amador.

PASSATEMPO SÓ PALAVRA-CRUZADA

O que mais me chama a atenção em passatempo é o sentido literal desse termo. Ele parece significar aquilo que é feito ENTRE duas atividades significativas.

Você sabe que o tempo “passa”, certo? Então desde que você deixou de fazer algo importante até começar a fazer outro algo importante o tempo tem de passar, e aquilo que você faz na intenção somente de que o tempo passe é o seu passatempo.

Gosto de vários tipos de passatempos...

Gosto de vários tipos de passatempos…

Vai me dizer que isso não é esquisito. Dá para dizer que a característica principal de um passatempo é que ele consiga fazer você suportar o tempo entre duas atividades significativas. Só palavras-cruzadas podem ser descritas assim.

Certamente você pode objetar dizendo que não é desse jeito que entende o treinamento de piano. E é aí que vou proclamar a idéia de que TEMOS DE DAR O NOME CERTO ÀS COISAS.

AMADOR SÓ QUEM AMA

Veja bem, se você não é um pianista profissional, mas ama a arte e a pratica com seriedade, você é um PIANISTA AMADOR.

“AMADOR: aquele que ama, que dedica amor a algo ou alguém. Pessoa que se dedica a uma arte sem ser profissional.”

Essa é uma definição possível de constar num dicionário (embora seja minha :D).

Não posso acreditar que essa palavra não seja perfeita para o caso.

Eu sei, no entanto, que do mesmo jeito que profissional é usado para destacar a perfeição de um ato (como no exemplo da lasanha), amador é usado no intuito de desqualificar: “– Isso é coisa de amador, vá aprender a fazer!”.

E você fica desencorajado de usá-lo. Entendo.

Mas, convenhamos, pode ser verdade! Você pode muito bem ser um amador e achar que está pronto para se apresentar em algum lugar que exigiria mais capacidade (tocar na igreja, por exemplo).

Do mesmo jeito que existe diferença de grau entre os profissionais, existe entre os amadores. Tudo depende de você participar daquilo que corresponda ao seu nível.

Não podemos esquecer também que as opiniões dadas pelos outros refletem a pessoa deles; a sua mãe sempre vai achar lindo e o seu pai não, é provável que a avaliação dele seja idêntica ao último exemplo.

O bom é você sempre se comparar com os seus modelos, aqueles que você considera os melhores. Assim, quando alguém lhe elogiar demais, você não se envaidece tanto, e quando alguém lhe depreciar, você vai saber se a crítica faz sentido ou não.

Mas o cerne da questão de hoje é você nomear corretamente a categoria a qual pertence; se profissional não é a sua, então é AMADOR: “e com muita honra”, quero ouvi-lo dizer.

Sobraria ainda uma espécie de categoria intermediária, em que o músico faz um dinheirinho mas exerce também outra atividade. Bom, nesse caso, para mim, o nível técnico será determinante e os dois sentidos de profissional e amador vão se misturar; pode tanto tratar-se de um profissional-amador quanto de um amador-profissional.

O mais importante nesse momento é o amador assumir a responsabilidade do seu estado e designá-lo corretamente, amando a arte de tocar piano dignamente, desenvolvendo-se o mais que puder. Fazendo isso, o drama de passar por incompetente ao intitular-se amador nem ocorrerá. Para ele será normal amar e praticar sem ser profissional.

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Você está apenas fantasiando o desejo de tocar piano?

Com precisão quase total, posso adivinhar que você viu – ou ouviu – alguém tocando piano ou teclado e agora deseja fazer a mesma coisa. Assim como 90% das pessoas têm o desejo de tocar piano despertado ao observar outro pianista, 99.9% desistem por outro motivo semelhante.

Elas querem tocar do mesmo jeito que viram alguém fazendo, mas NÃO estão dispostas a investir tempo e dinheiro para percorrer o caminho do aprendizado.

É exatamente isso que é uma “fantasia de desejo“, pois não é um desejo verdadeiro.

Desviando da velha máxima dos professores de piano que simplesmente respondem a falta de avanço nos estudos do aluno com “— Pratique, pratique, pratique…”, vou tratar neste artigo de assuntos mais amplos, que não dizem respeito somente ao instrumento, para com isso dar a você uma motivação mais fundamentada.

Antes de sermos músicos, somos seres humanos, e tudo o que concorre para o nosso autoconhecimento garante que as nossas decisões e ações sejam menos vazias, menos impulsivas, e passem a expressar uma maturidade crescente.

Para entender melhor essa maturidade, vamos jogar um pouco de luz na nossa capacidade de “desejo impulsivo” e já voltamos a tratar do piano.

O desejo impulsivo…

Se você prestar atenção, vai perceber que todas as nossas ações têm um objetivo, isto é: a gente só faz tudo o que faz para alcançar alguma coisa.

Isso serve para tudo, tudo, tudo; até mesmo para aquilo que “não gostaríamos de fazer”, como acordar cedo para ir trabalhar: você acorda cedo PARA cumprir o contrato e não ter desconto no salário, PARA se manter e, quem sabe, sobrar algum dinheiro, PARA poder comprar um presente para alguém, PARA ver a pessoa feliz. E assim você ficar feliz também.

Fizemos isso para alcançar aquilo, desde a ação mais elementar (acordar cedo para não se atrasar) até chegar ao objetivo mais distante (articulando todas as ações, esperamos que o resultado seja mais felicidade).

Tenho sérias razões para acreditar que tudo o que fazemos é, no fim das contas, para que alcancemos mais satisfação e felicidade.

É só você pensar se conhece alguém que trilha o caminho contrário: “não, não, o que quero mesmo é ser infeliz”. Tal pessoa não existe, até os pilantras esperam satisfação nas suas pilantragens.

Contudo, mesmo que o objetivo final de todos nós seja a felicidade, os caminhos que levam a ela são feitos de etapas agradáveis e desagradáveis. E eu tenho, também, sérias razões para crer que as dificuldades do caminho existem para nos fazer crescer, para nos fazer subir de nível, e nos tornarmos, com isso, melhores na chegada do que na partida.

Perceba como tudo isso é muito sério. Repare como aqueles que desistem diante das dificuldades podem ser considerados piores do que aqueles que as vencem, como quem vence se torna muito mais forte no final. Mais maduro, para resumir.

Eu sei que isso não é novidade para você, mas é sempre bom a gente lembrar dessas coisas básicas, assim podemos fazer nossas escolhas lembrando que o que está em jogo é a nossa melhora ou piora, não só a conquista disso ou daquilo, mas o fortalecimento da nossa personalidade como um todo, que, dentro desse assunto tratado aqui, poderia ser expresso assim: — Sou capaz de encarar, suportar, superar, vencer as etapas que levam à conquista do objetivo que escolhi?

Não são bem as respostas “sim” ou “não” que vão me fazer pensar que você se deixa levar por desejos impulsivos, mas, pior: “— Não parei para pensar nisso!!!”.

Aí realmente não vai dar. Se você tem mais de 18 anos e me vier com essa, não é de um professor de piano que você precisa, mas de um pai.

(Nota: Se é mesmo de um professor de piano que você precisa, aproveite o Minicurso de piano para iniciantes: Cadastre-se aqui.)

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O máximo que posso fazer é ajudá-lo com esse artigo, lembrando que nada de bom é alcançado sem esforço e trabalho… e persistência e determinação e PACIÊNCIA.

Se você não está disposto a praticar todas essas coisas, tudo o que vai conseguir é ser conduzido de desejo impulsivo em desejo impulsivo até a fragmentação total da sua pessoa. Isso quer dizer que o que nos torna uno é a articulação das nossas ações em torno de um ou mais desejos, objetivos, sonhos.

O desejo impulsivo só ocorre com freqüência em pessoas imaturas, que não se perguntam se realmente querem aquilo que acham que querem. Como elas se alimentam de desejos momentâneos, diante da primeira dificuldade desistem de se tornarem capazes de obter o que queriam.

Esse é um mal altamente difundido hoje em dia. Vivemos numa época desgraçada, na qual os objetivos das pessoas são, em geral, fantasias de desejos. Elas não passam da fase de se imaginarem portadoras das capacidades que almejam.

Isso quando a situação não é ainda pior e os objetivos não passam de mesquinharias: primeiro porque são mais fáceis de obter, depois porque a noção de MELHOR foi esquecida.

Não acreditamos mais que existem coisas melhores do que outras, tudo foi relativizado.

Mas eu tenho esperança de que as pessoas interessadas em aprender a tocar piano ou teclado saibam que existem coisas melhores e coisas piores e que as melhores, normalmente, dão mais trabalho, mas, também, dão mais satisfação.

A maturidade está tanto em entender a subordinação dos percalços à finalidade dos objetivos quanto escolher objetivos que valham à pena.

Se você escolher algo que seja mesmo bom, no processo da conquista, vai melhorar muito como pessoa, e, no final, além de possuir o que desejava, terá esse ganho extra, que será muito mais do que uma simples satisfação: será um belo passo para a FELICIDADE.

E posso dizer em alto e bom som: APRENDER A TOCAR PIANO É UM OBJETIVO MAGNÍFICO.

Música é uma linguagem única, que possibilita que nos expressemos de uma maneira que só ela permite. Arrisco mesmo a dizer que ela nos deixa mais inteligentes, porque desenvolve a percepção de estados emocionais, aumentando a consciência do que se passa dentro de nós.

Isso sem falar na capacidade narrativa e no senso de harmonia, que ela também desenvolve.

Além disso, e o mais importante de tudo, a música é o instrumento essencial do senso estético, da assimilação e comunicação da BELEZA.

Em suma: ela é um elemento indispensável para a sua educação – entendida como cultivo da alma. Uma alma cultivada é aquela inclinada a escolher sempre o melhor, que desenvolveu suficientemente a atração pelo BELO, BOM e VERDADEIRO.

E a boa música preenche você com BELEZA, e isso repercute na sua pessoa inteira, tornando-o melhor em todos os aspectos: você se encaminha para um CARÁTER mais NOBRE.

Isso tudo é tão fundamental que me faz novamente lembrar da lástima dos nossos tempos. Eu não queria ficar batendo nessa tecla, mas a coisa salta aos olhos. A degradação moral que vivemos está diretamente relacionada com a queda da qualidade da música que se consome (veja o peso dessa expressão, consome: você se alimenta dela, se torna ela).

Por isso que se tornar capaz de veicular a Beleza é um dos maiores BENS que você pode realizar. Acho que o mundo nunca precisou tanto disso. O Brasil, então, nem se fala, isso aqui parece uma terra de loucos.

O caminho não é reto…

Mas, para trilhar esse caminho aprendendo piano, muitas pedras terão de ser removidas. Não vou mentir para você.

Tocar piano é uma arte complexa. Você terá de se superar muitas vezes até ela se tornar natural.

No entanto é possível chegar lá. Muita gente já chegou e muitos outros vão chegar. Até eu, veja só, que fui desacreditado por antigos professores, aprendi.

Se você estiver começando do zero, e está pensando em aprender na intuição, digo que isso é possível, principalmente para música popular; mas, há um porém, as pessoas que aprenderam assim normalmente foram criadas num ambiente altamente musical, com músicos executando seus instrumentos do lado delas a toda hora.

Essa não é a situação da maioria das pessoas. A maioria precisa de um método e de um bom professor.

E considerando que você está pensando em me escolher como o seu professor, vou dar a primeira lição repetindo as principais coisas que falei nesse artigo, agora aplicadas ao aprendizado de piano:

  • Tenha o seu objetivo musical muito claro (tocar na igreja, para amigos, em concertos etc.);
  • Conheça os meios para alcançar esse objetivo;
  • Mantenha uma postura ativa, enfrentando suas principais dificuldades com seriedade;

Agora, a principal:

  • Praticar música é transferir algo que você absorveu, então ABSORVA o que há de melhor, se alimente do melhor.

Para manter a chama da vontade acesa e as dificuldades do caminho serem vencidas, é preciso que você não perca de vista a finalidade de tudo o que está fazendo e encontre nas melhores obras o seu alimento predileto: a BELEZA na sua melhor forma.

Se o seu desejo de aprender a tocar piano não é momentâneo, o convívio com o que há de melhor em música é a melhor maneira de fazê-lo passar pelas dificuldades do aprendizado com fôlego forte. Além daquele ganho no caráter, que vem como a cereja do bolo.

Para entender melhor o quadro geral do aprendizado que proponho — e se você é mesmo um estudante iniciante — sugiro que se inscreva (sem custo nenhum) no meu Minicurso de Piano Para Iniciantes. Assim você receberá as lições básicas e informações de como participar de conteúdos mais aprofundados.

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Como organizar o tempo de estudo de piano

Todo mundo que decide aprender uma coisa nova, seja um idioma, uma arte, ou o que quer que seja, tem dúvidas sobre o modo de organizar os estudos. Para falar a verdade, até mesmo os não-iniciantes apresentam esse dilema.

Entendo perfeitamente como isso funciona. Comecei no piano muito cedo e por isso passei várias fases da vida estudando. Sei o que um adolescente, um jovem, um adulto e um chefe de família (minha atual posição 😀 ) pensam. E nesse tempo todo passei de aprendiz a profissional.

Então, além de saber os problemas das fases da vida, conheço também os problemas que surgem por causa do crescente grau de dificuldade dos estudos.

Foi para oferecer uma proposta de organização dos estudos diários que escrevi este artigo.

A minha intenção é lidar com 3 pontos:

  • O tempo de estudo
  • Os exercícios da técnica pianística
  • As oscilações do ânimo

Você pode ter estranhado esse último item porque não é comum fazer dele um elemento de destaque; mas, acredite em mim, saber usar essas oscilações a seu favor vai evitar que você abandone o sonho de tocar piano. E pode ficar tranqüilo porque não vou me limitar a mandar você continuar estudando mesmo estando desanimado.

Vou, ao contrário, oferecer a você uma maneira de aproveitar os altos e baixos da vontade.

Mas, antes de tratar dos 3 pontos, vou falar de 2 quesitos anteriores, que estão subentendidos nas dicas de organização:

Estou pressupondo que você já sabe que o ÚNICO método para estudar a técnica de piano é o método clássico. Se você nunca ouviu falar disso, leia o que já escrevi sobre aqui.

É importante ressaltar isso porque o segundo dos três pontos que listei acima, os Exercícios da Técnica Pianística, vem do método clássico. E ter uma noção suficiente desses exercícios é o que habilita você a aproveitar as dicas de organização que darei aqui.

O outro quesito é a estrutura de aprendizado tratada na Pirâmide do Aprendizado Musical, que é um mapa que orienta você pelos caminhos do aprendizado, dando a medida hierárquica de cada uma das três partes da pirâmide.

Muito Bem. Já que estabelecemos o background necessário para as dicas de hoje, vamos a elas:

Tempo de Estudo

 
O PONTO CENTRAL dessas minhas dicas, que será o eixo da sua organização, é a fixação do tempo diário de estudo.

Você vai olhar a sua agenda e encontrar a hora que vai começar e a hora que vai terminar o treinamento em cada dia.

Esse será o ponto invariável, o fundamento da geração do hábito de estudar.

É absolutamente necessário que você se habitue a estudar; e para isso é preciso que você não esteja fazendo qualquer outra coisa, certo? Nada de celular, internet, televisão, lanchinho e etc.

Então você vai determinar com precisão a hora que vai começar e a hora que vai terminar, e nesse período a dedicação será de 100%.

Eu sei que a disponibilidade das pessoas é diferente, mas aqui estou falando da sua disponibilidade, que pode variar de 20 minutos por dia até o dia inteiro (lembre-se que sei a diferença entre a vida dos adolescentes e a dos chefes de família).

Se a sua disponibilidade é grande, por exemplo, a tarde inteira, limite o estudo a poucas horas diárias, pelo menos no começo; digamos, duas horas. Duas horas por dia é um tempo considerável, que, bem aproveitado, vai proporcionar a você um bom desenvolvimento.

Continuando nesse exemplo de duas horas, você pode dar uma paradinha de 5 minutos a cada meia hora para aliviar a cabeça: brincar com o cachorro, regar as plantas, tomar uma água, ou qualquer outra coisa. Só cuide para não esquecer de voltar a estudar. O objetivo é SEMPRE cumprir o tempo pré-estabelecido.

E se você só dispõe de 20 minutos ou uma hora a cada dois dias? Não há porque desistir. Na constância e no real aproveitamento do tempo estipulado está o seu sucesso.

O detalhe mais importante é cumprir o tempo programado; mas, se depois de esgotado o período você ainda puder continuar e está com vontade de fazê-lo, não há problema em prosseguir. O problema está em não completar o tempo inicial.

Na medida em que você for avançando, e o hábito de estudar já estiver instaurado, não há problema algum em aumentar o tempo. Isso vai acontecer quase que naturalmente, na verdade.

(Nota: Se você ainda não tem idéia de como preencher o tempo de estudo, cadastre-se, sem nenhum custo, no meu Minicurso para iniciantes e tenha acesso às lições essenciais. Cadastre-se aqui.)

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Os Exercícios da Técnica Pianística

 
Não vou tratar desse ponto de maneira exaustiva, citando e explicando cada exercício. Isso fica para outra oportunidade. Vou simplesmente chamar a sua atenção para um detalhe que à primeira vista parece bobo, mas não é não.

Diz respeito ao conhecimento mínimo da lista de exercícios de técnica.

Sobre esse ponto as coisas mais importantes que tenho a dizer são três:

  1. você terá de saber quais são os tópicos da técnica;
  2. o que cada um deles tem por objetivo;
  3. e a hierarquia que os organiza em mais ou menos importantes para a sua fase de aprendizagem.

Como você pode ver não é nada demais; mas o 2º e o 3º pontos têm de estar muito claros na sua cabeça para que você não gere deficiências que inviabilizem as suas execuções.

Em geral os exercícios de técnica servem para você adequar o seu corpo ao ato de tocar bem. É um condicionamento mesmo, semelhante ao que fazem os lutadores de artes marciais, que passam horas treinando um movimento, ou uma seqüência de movimentos, para que na hora da luta as ações sejam precisas e quase automáticas.

Por isso que o objetivo particular de cada exercício deve estar claro para você, porque cada um treina um detalhe que permite que seu corpo reaja corretamente às necessidades da música. E conhecendo os objetivos você não vai querer deixar de praticar nenhum deles.

Então escalas, arpejos, trinados, terças e sextas paralelas, oitavas, saltos, acordes, notas repetidas, trêmulos etc. etc. e etc. são o meio pelo qual você conquista a liberdade: a liberdade de escolher uma peça e poder executá-la apropriadamente.

A questão de saber a hierarquia entre eles, ou seja, qual ou quais são mais importantes para a sua fase de aprendizagem, vai dar suporte para você escolher direito o que praticar em cada dia.

Mas só para dar uma idéia do uso do tempo, vou dizer que 1/4 dele dedicado à técnica pura é um bom índice. A técnica pura está focada no mecanismo físico, na obtenção da destreza puramente física. É o condicionamento que citei acima. Esse tópico nunca pode faltar.

Aliás, os exercícios de técnica pura devem ser usados no aquecimento. Ao iniciar o seu período diário de estudo você deve se aquecer praticando alguns exercícios de técnica. No livro O Pianista Virtuoso, de Hanon, encontramos os exercícios mais utilizados.

Quanto à escolha dos exercícios de acordo com a fase de aprendizado, não adianta se antecipar na lista sem ter conquistado os fundamentos. Na verdade, se você quiser se antecipar, o que vai ficar evidente é o quanto você precisa praticar mais e mais os exercícios anteriores.

Se você já está estudando uma peça, os exercícios de técnica entram para resolver as dificuldades isoladas. Depois de identificar os trechos com problemas, você vai treiná-los usando os exercícios adequados para solucioná-los; e assim usar da técnica para acostumar seu mecanismo à música escolhida.

As Oscilações do Ânimo

 
Esse é um ponto amplo que abrange a nossa vida como um todo.

Qualquer pessoa que realize regularmente uma atividade passará por momentos de ânimo e de desânimo. Com você não poderia ser diferente. Essa é a vida como ela é.

Um dia a preguiça e o desânimo aparecerão e você precisa estar preparado...

Um dia a preguiça e o desânimo aparecerão e você precisa estar preparado…

Por isso que a recordação do por que você quer tocar piano é importante.

Leia ou releia o Manifesto do Estudante de Piano e lembre o quanto é bom e necessário que a Beleza seja veiculada no mundo. Ainda mais hoje em dia, quando não são poucos os que só querem sacudir ou abalar para depois dar um creu na piriguete.

Sem dúvida alguma a força moral de permanecer no melhor vai reverberar na sua vida e você ficará mais feliz.

Mas, às vezes, o desânimo é fruto da dificuldade de uma etapa, você não vai desistir de aprender, mas quer deixar esse ou aquele exercício de lado, afinal “acho que esse não é tão importante”.

Foi por isso que destaquei nos Exercícios da Técnica Pianística o quanto é imprescindível que você saiba o objetivo de cada exercício; assim a sugestão infame, criada por você mesmo, que um ou outro exercício pode ser abandonado não vai ganhar a batalha.

Mesmo assim o desânimo pode aparecer.

Nesse caso, se você não vai desistir do piano, se conhece uma gama ampla de exercícios e suas variações, e sabe da importância do exercício em questão, pode entrar em cena um macete simples:

Procure trocar de exercício percebendo se a sua atenção se volta ao treinamento. Você pode tanto repetir um exercício que já treinou bastante quanto tentar um mais difícil, que até então você tinha tentado poucas vezes.

A intenção não é pular de galho em galho, muito pelo contrário, é tentar vários galhos para ver qual está mais forte no momento.

Com certeza você vai encontrar um exercício que poderá explorar.

Perceba como isso será feito levando-se em conta os dois primeiros pontos que tratei aqui, O Tempo de Estudo e Os Exercícios da Técnica Pianística.

Você sabe que tem de estudar no tempo que reservou e conhece os vários exercícios e os seus respectivos objetivos, então essa procura de vencer o desânimo estará fundamentada em alicerces firmes.

Você não vai se perder só para se auto-agradar.

No mais, continue assistindo os grandes pianistas executarem as grandes obras, muito mais do que insuflar ânimo de tocar, isso vai lhe insuflar vida.

(Nota: Agora que você já sabe que é possível organizar um tempinho para aprender, aproveite o Minicurso de piano para iniciantes: Cadastre-se aqui.)

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5 dicas ESSENCIAIS para aprender piano SEM VÍCIOS

Muito bem… então você decidiu aprender piano!!!

Está louco para tocar as músicas que você gosta e impressionar a sua família e amigos, certo?

… aposto que você já se imagina tocando o coração das pessoas com a sua música!

Mas, preciso ser sincero com você, todos esses vídeos sobre como tocar piano disponíveis no Youtube (e até muitos professores de escolas conceituadas), só vão ensinar uma coisa: VÍCIOS.

E qual o problema dos VÍCIOS?

São 3 principais problemas:

  • Impedem o desenvolvimento do seu aprendizado;
  • Deixam a execução da música horrível;
  • Causam problemas de saúde.

Prometo que num conteúdo futuro eu explico melhor quais são os piores vícios.

Por enquanto você precisa agir rápido e aprender a se proteger de picaretas e desavisados.

Abaixo está o meu vídeo com as 5 DICAS ESSENCIAIS PARA APRENDER PIANO SEM VÍCIOS.

Assista e compartilhe!

(Nota: Quer aprender piano da maneira correta? Cadastre-se no minicurso de piano para iniciantes e obtenha resultados práticos em apenas 4 lições! Cadastre-se aqui.)

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Entendendo as teclas do piano e a postura correta ao tocar

Senhoras e senhores, apresento-vos O Instrumento!!!

Vou falar aqui a quem precisa receber e entender as PRIMEIRAS INFORMAÇÕES a respeito do nosso caríssimo e amantíssimo piano, aqueles que mal tiveram um pianinho ou tecladinho na infância.

Essas informações são do tipo “ah, que bom, acho que é possível entender esse negócio”; com isso você olha para as teclas e não fica perdido, achando que aquele primo que toca atirei o pau no gato tem um talento especial.

Elas vão te dizer como o piano está organizado, o quê está por trás daquele monte de teclas iguais (ou muito parecidas, já que as diferenças de cor e posição são evidentes).

Outra coisa importante, que por falta de boa instrução gera muitos vícios, é a ABORDAGEM CERTA AO PIANO, ou seja, a posição correta da coluna, das pernas, dos braços, das mãos e dos dedos.

Se você desde o princípio souber como deve se comportar ao tocar, vai começar melhor do que eu, que sofri reprimendas dignas dos mestres japoneses de karatê que moram no topo de colinas e meditam embaixo de cachoeiras às cinco da manhã.

Comecemos do começo:

“Façam-se os pianos. E os pianos se fizeram, com teclas brancas e pretas.”

Sim! Você vai ficar sabendo algo das teclas pretas! Essas que os professores deixam para depois e os alunos desconfiam que servem para pouca coisa.

Em primeiro lugar, o tamanho maior das teclas brancas realmente significa a maior importância delas, porque são elas que vão soar as notas naturais: Dó, Ré, Mi, Fa, Sol, La, Si.

As pretas sempre vão soar as notas alteradas ou acidentes (sustenido ou bemol), ou seja, as notas que estão no meio do caminho sonoro entre duas naturais.

Entre um Dó e um Ré, por exemplo, existe um caminho longo. Mas exatamente no meio desse caminho está uma nota que é soada pela tecla preta situada no meio das teclas Dó e Ré (chamá-la de sustenido ou bemol vai depender do “trajeto” que a música está tomando).

Para não ficar difícil de acompanhar, vamos olhar o teclado e misturar essas informações com outras, sem perder o fio da meada.

Destaque em um conjunto de notas brancas (naturais) e pretas (acidentais)

Destaque em um conjunto de notas brancas (naturais) e pretas (acidentes)

Como você já sabe, as teclas brancas fazem soar as notas Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, La, Si.

Mas estou vendo pelo menos umas 50 teclas, por acaso a seqüência das notas naturais se repete?“, você pode perguntar.

E eu vou responder: Bravo, bravissimo!! Você já está usando o que sabe para encontrar o que não sabe. As teclas brancas vão repetir as 7 notas naturais muitas vezes, e para saber qual tecla soa qual nota vamos nos basear nas teclas pretas.

Perceba que ao longo do teclado temos DUPLAS e TRIOS de teclas pretas. Isso forma um padrão de 5 teclas. O grupo de teclas brancas logo abaixo dessas 5 teclas pretas – isto é, desde a branca anterior à dupla de pretas até a branca posterior ao trio de pretas – forma o conjunto Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, La, Si.

Esse conjunto de 7 teclas brancas com 5 cinco teclas pretas compõe uma unidade que se repete várias vezes no instrumento. A diferença entre as unidades está na altura sonora de cada uma, sendo que da esquerda para a direita há uma subida de mais grave para mais agudo.

Reconhecendo essa unidade de 12 teclas, você já é capaz de encontrar todas as notas naturais no seu piano, certo?

Isso porque todas as teclas brancas imediatamente anteriores à dupla de pretas soam a nota Dó, e partindo do Dó encontramos o Ré, Mi, Fá, Sol, La, Si.

Tecla branca à esquerda do conjunto de duas teclas pretas: sempre nota DÓ.

Tecla branca à esquerda do conjunto de duas teclas pretas: sempre nota DÓ.

Ufa! Vamos dar uma respiradinha… … … … Isso, agora, sem parar de respirar, continuemos 😉

Você lembra que as teclas pretas são o meio do caminho sonoro entre duas brancas vizinhas? Ok.

Por que então existem teclas brancas sem uma tecla preta entre elas?

Para responder essa questão temos de falar um pouquinho de TOM.

A “subida” de um Dó para um Ré é de UM tom. A tecla preta entre eles é MEIO-TOM mais aguda que o Dó e meio-tom mais grave que o Ré. Sendo assim, subimos de meio-tom em meio-tom se atacarmos uma tecla branca, depois uma preta, depois outra branca, depois outra preta, depois ainda outra branca (todas vizinhas, claro).

Como a primeira branca era Dó, a primeira preta será Dó sustenido, a segunda branca será Ré, a segunda preta será Ré sustenido e a terceira branca será Mi. Isso significa que entre o Ré e o Mi a subida também é de um tom, como entre o Dó e o Ré.

Repare que entre o Mi e o Fá não tem nenhuma tecla preta.

A coisa é assim porque entre o Mi e o Fá a subida é só de meio-tom.

Agora você é capaz de me responder: por que não há uma tecla preta entre o Si (última nota da série de 7) e o Dó (primeira nota da série seguinte)?

Seria porque entre eles a subida é de meio-tom?

Essa foi na bunda da mosca!!!

No quadro abaixo você encontra a subida de tom/meio-tom entre as notas naturais:

Distância de TONS entre as notas brancas (naturais)

Distância de TONS entre as notas brancas (naturais)

Mas antes que você comece a impressionar sua mãe com esses conhecimentos todos, vamos falar do seu corpo, para que ele seja um peso visual que argumente a favor da sua genialidade.

Você já viu um pianista em ação?

Ótimo.

Os grandes pianistas possuem muitas características próprias quanto aos movimentos e postura do corpo.

Mas em geral os fundamentos são os mesmos.

A altura do banquinho deve ser regulada de maneira que o antebraço fique paralelo ao teclado. Com isso o cotovelo não fica nem acima nem abaixo das teclas, mas na mesma linha.

Depois de acertar esse detalhe, você deve se sentar deixando as pernas livres; ou seja, não sente muito para trás no banco, sente no meio dele, quase na ponta. Essa é uma posição de prontidão, da qual seria muito fácil levantar sem usar as mãos. É como estar de pé, mas sentado 😀 .

A coluna é sempre reta, mas não enrijecida. Sempre, sempre, sempre. Aliás, duvido que alguma instrução na história inteira da humanidade foi dada no sentido de solicitar uma corcunda. A não ser nas escolas secretas de bruxas.

Chegamos, enfim, às mãos.

Partindo do polegar, em ambas as mãos, os dedos são numerados em 1, 2, 3, 4 e 5.

Números dos dedos

Números dos dedos

E para posicioná-los sobre as teclas a mão deve estar o mais natural possível, com o pulso na linha do braço, permitindo que os dedos fiquem curvados e suas pontas toquem as teclas (mas não as unhas), sem quebrar as falanges.

Muito bem.

Aqui abaixo deixo o vídeo com mais algumas instruções para você executar a sua primeira música e colocar todo esse conhecimento em prática:

(Nota: Cadastre-se, sem nenhum custo, no meu Minicurso para iniciantes e tenha acesso às lições essenciais. Cadastre-se aqui.)

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Como conquistar a coordenação e a independência das mãos (o terror dos iniciantes ao piano)

Por algum motivo, você decidiu aprender a tocar piano. Talvez tenha visto alguém tocando e ficou encantado; talvez seja um sonho antigo que você nem sabe mais a origem; até mesmo uma música especial, que é tocada ao piano, pode ter despertado o interesse no instrumento.

As razões são muitas.

O fato é que você sentiu que pode tocar piano.

Acredite, já vi isso dezenas de vezes: o iniciante começa muito empolgado o estudo, mas logo que precisa tocar notas diferentes em cada mão, e ainda em tempos diferentes, todo o sonho encantado de tocar piano cai por terra.

A quantidade de alunos que desistem por sentir que é impossível tocar 7 notas musicais com apenas 5 dedos, e ainda utilizando as 2 mãos, é enorme.

E a proporção de desistências para alunos que aprendem pela internet, é ainda maior.

Por isso, afirmo categoricamente…

A coordenação das mãos é o primeiro terror dos iniciantes

Claro, o terror é potencializado porque o iniciante, na maioria das vezes, imagina que basta aprender qual é a tecla certa para cada nota e está tudo resolvido.

Apesar dessa enorme vontade de tocar piano ter sido o motor que levou o iniciante a procurar algumas aulas, essa mesma vontade pode ser o principal vilão, aquele que joga um balde de água fria nas suas expectativas, tão logo encontre um desafio.

Aliás, esse descompasso entre a expectativa e a realidade das coisas, é um fator universal em praticamente todas as áreas de atuação humana.

Saber lidar com isso é uma das marcas da maturidade.

Iniciante ao piano com problemas de coordenação das mãos -- haha!

Iniciante ao piano com problemas de coordenação das mãos — haha!

Tenho alunos que tocaram suas primeiras músicas completas em menos de 2 meses, outros em 6 meses, e até alguns que levaram 1 ano.

A semelhança entre esses alunos que conseguiram conquistar os seus objetivos, é que eles usaram a expectativa como ferramenta e não como bússola do seu aprendizado.

O estudante sério precisa transformar a sua vontade de tocar piano em DETERMINAÇÃO.

Parece que estou dizendo que você precisa de um esforço monstro para resolver esse problema inicial, mas a verdade é que…

Conquistar a coordenação é mais fácil do que você pensa

Antes de mostrar o que você precisa fazer, e de passar o acesso ao vídeo demonstrativo, é necessário que você entenda uma coisa:

Não existe uma técnica mágica ou exercício milagroso para cada problema que você enfrenta ao piano.

O que existe são FERRAMENTAS que vão lhe ajudar a conquistar um objetivo mais facilmente do que se você NÃO utilizasse essa ferramenta.

É como um martelo: você poderia utilizar a própria mão (ai!) para pregar, ou uma pedra, mas um martelo fará o trabalho mais rápido e melhor — e, claro, um pregador pneumático pode fazer o trabalho ainda mais rápido, :D.

Um professor vai te mostrar QUANDO e COMO utilizar a ferramenta, mas cabe a você colocar tudo em prática.

O que você precisa fazer

Enumero aqui os passos, mais abaixo mostro cada item detalhadamente:

  • 1: Encontre um professor confiável;
  • 2: Controle a ansiedade;
  • 3: Esqueça que você precisa dividir seu cérebro em dois;
  • 4: Isole um pedaço pequeno de uma melodia;
  • 5: Toque lentamente as notas corretas com a mão direita;
  • 6: Repare quando a mão esquerda deve tocar junto com a direita;
  • 7: Toque com a mão esquerda no momento exato em que as notas são tocadas juntas;
  • 8: Se necessário, isole um trecho ainda menor;
  • 9: Repita esse procedimento várias vezes;
  • 10: Crie uma rotina de estudos com várias melodias.

Aí está! É como uma receita de bolo: os passos e os ingredientes estão listados, mas é a prática constante que percorre o caminho para a excelência.

Vamos aos detalhes de cada passo.

Estou aqui especialmente para resolver o passo 1, :D.

Para o passo 2, basta que você entenda os passos seguintes e crie micro-objetivos para cumpri-los.

Para os demais passos, que constituem o treino diretamente ao piano, gravei um vídeo explicando o que você precisa fazer.

Para ter acesso ao vídeo explicativo, basta clicar aqui. É um vídeo rápido de 15 minutos em que você aprenderá o exercício básico para conquistar coordenação e independência.

Além disso, na parte final do vídeo, você tem a chance de participar de um treinamento especial, que criei para que você economize tempo e tenha certeza de executar cada passo corretamente. Clique aqui e assista ao vídeo.

Para entender os passos descritos neste artigo, assista ao vídeo explicativo, clicando no link abaixo

Como conquistar a coordenação e a independência das mãos

Entenda os passos necessários e tenha oportunidade de participar de um treinamento especial

Clique aqui para assistir ao vídeo


Aprender Piano: A 1ª Etapa Essencial…

Já expliquei como funciona a Pirâmide do Aprendizado Musical e como ela é o mapa ideal para um aprendizado sólido ao piano.

Neste artigo, vamos conversar em mais detalhes sobre o processo de IMITAÇÃO e, em primeiro lugar, precisamos entender o que NÃO é a boa imitação.

Se você utiliza vídeos do Youtube apenas como guia para as teclas a serem tocadas, não está tirando o proveito máximo da imitação. Vídeos típicos de guia de teclas são aqueles em que a câmera grava de cima apenas os dedos do pianista.

Utilizo vídeos de guia de teclas em alguns treinamentos, mas não é esse o papel da imitação.

Imitação: parte fundamental do aprendizado de piano

Imitação: parte fundamental do aprendizado de piano

A postura e o modo de atacar as teclas

Para os alunos totalmente iniciantes, a imitação deve ser feita tanto da postura corporal do professor quanto dos movimentos feitos pelos braços e mãos para atacar as teclas.

Isso é importante pois a postura e o movimento dos membros influenciam diretamente a construção do fraseado musical na velocidade correta.

Então, preste muita atenção em todo o movimento corporal feito pelo professor e procure imitá-lo, pois o seu corpo também precisa participar da execução musical.

Imitando o resultado musical

Parar de se preocupar apenas com as teclas corretas e buscar se aproximar o máximo possível do resultado musical apresentado pelo professor, é o ponto mais importante da imitação.

Poderíamos até dissecar o que é esse “RESULTADO MUSICAL”, mas isso não teria muita utilidade.

Imagine o seguinte: Alguém se propõe a imitar a voz do Lula. Você consegue perceber se a imitação está mais ou menos fiel ao original, certo? E mais ainda, caso você mesmo tente imitar, não precisará entender cientificamente qual é a posição certa da língua, quanto de ar é necessário controlar, qual o tom exato da voz…

Você se lembra da voz que pretende imitar e a imita. Simples assim!

É exatamente esse o comportamento que você deve ter ao imitar um professor de piano.

Para imitar com mais perfeição, sugiro que você grave alguns vídeos da sua execução para ter uma visão externa e, assim, corrigir algum trecho mal imitado.

Só para exemplificar um fator que está no resultado musical, vamos entender melhor a…

…Exatidão rítmica

Basicamente, ritmo é a divisão padronizada do tempo na música.

Na partitura existem várias formas de representar as sutilezas rítmicas e uma ferramenta indispensável para alcançar a exatidão é o metrônomo.

Mas, como sempre tenho explicado, as representações na escrita musical fazem parte de um estudo mais abstrato e se por acaso você não possuir alguma experiência musical, estará como que fazendo a digestão com o estômago vazio.

Além disso, um parâmetro essencial para alcançar a exatidão rítmica é o SENSO CORPORAL DO RITMO, algo que você adquire conforme estuda o instrumento.

A imitação é essencial para a criação desse senso, pois você estará tomando como base um professor de piano que já o possui — pelo menos deveria possuir — e assim terá segurança quanto a imitação de um resultado musical de qualidade.

Outras coisitas

Para compreender mais alguns aspectos da imitação, assista ao vídeo abaixo.

(Nota: Cadastre-se, sem nenhum custo, no meu Minicurso para iniciantes e tenha acesso às lições essenciais baseadas na imitação. Cadastre-se aqui.)

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O pior vício ensinado pelos professores de piano

Já aconteceu de você passar por um problema e, com uma dica simples, conseguir resolver esse problema?

Vejo isso acontecendo com muitos estudantes que já tocam piano e que me pedem alguma orientação de como melhorar o controle do som ou a exatidão rítmica.

A origem do problema é sempre o desconhecimento de alguns princípios que devem ser seguidos para um aprendizado de qualidade.

Esse desconhecimento é muito comum em alunos autodidatas, mas é impressionante a quantidade de professores que desconhecem os princípios básicos. Basta você dar uma olhadela nos professores de piano do Youtube, para constatar por si mesmo.

A insistência contínua em tocar piano de maneira incorreta, acarretando em uma porção de problemas e dificuldades, mesmo que de modo inconsciente, é o que eu chamo de VÍCIO.

E por que “vício”?

Simples!

Vamos utilizar uma definição dicionarizada para entender melhor:

Vício é um mau hábito adquirido.

Isso quer dizer que o estudante está tocando errado de modo contínuo, ou seja, mesmo sem perceber, está cometendo um deslize todas as vezes em que toca piano.

Embora não saiba que está com um vício, o estudante percebe que algo o está impedindo de cumprir com os objetivos de uma boa execução, sejam eles a exatidão rítmica, o controle do som, a velocidade adequada etc.

Acho que a explicação sobre a existência desses vícios ficou clara, certo?

Agora eu gostaria de comentar um pouco sobre…

O vício campeão

Sem pensar duas vezes, digo que o pior vício de todos é QUEBRAR AS FALANGES dos dedos.

(Talvez o mais correto seria dizer “dobrar”, mas “quebrar” é muito mais impactante, :P)

Já falei sobre esse vício em outras ocasiões, agora vamos entender melhor porque ele é um problema.

Posição dos dedos

Posição dos dedos

Para quem toca em um piano acústico o problema é óbvio, pois a quebra das falanges influencia diretamente na produção do som do instrumento.

Mas existem outros problemas que afetam tanto quem toca em um piano acústico, quanto quem toca em um teclado eletrônico.

O problema básico é que a própria precisão para acertar as teclas é prejudicada, se você não manter os dedos firmes.

Mas o problema mais sério é o seguinte:

Enquanto você for iniciante e estiver tocando apenas melodias simples, não sentirá nenhum problema, porém quando você passar a estudar músicas mais ágeis, que não são apenas alguns acordes com notas próximas, perceberá que não está controlando os dedos na velocidade certa.

Esse é o principal problema desse vício: a falta de controle real dos dedos, para que eles executem exatamente aquilo que é necessário.

Vários alunos experientes chegam para ter aula comigo, repletos de efeitos colaterais causados por essa falta de controle dos dedos.

Um efeito colateral mais difícil de explicar, é a falta de absorção corporal da música, causando a sensação de que não sabemos realmente o que estamos tocando. Tudo isso porque não temos a profundidade de toque proporcionada pelos dedos firmes.

Como corrigir esse vício?

Bom, a correção é muito simples (aqui está a dica simples para corrigir um problema sério).

Mantenha os dedos firmes, mas nunca rígidos. O relaxamento das mãos e dos braços também são pontos importantes.

Para dar algumas dicas práticas, além de mostrar alguns detalhes a mais sobre esse vício, gravei o vídeo abaixo. Assista com atenção!

(Nota: Se você é iniciante, o correto é começar pela imitação da postura de um professor. Essas e outras noções você pode aprender no meu Minicurso de piano para iniciantes. Cadastre-se aqui.)

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O que você deve estudar para aprender piano

Se você está aprendendo piano, ou pelo menos tentando, é porque tem um destes objetivos:

  • tocar música popular
  • tocar música clássica
  • tocar música popular e música clássica, 😀

Em nome da brevidade, vamos definir o seguinte:

Música popular é o gênero que abrange o Jazz, Rock, MPB, hits que tocam no rádio, música gospel etc.

Música clássica ou erudita são as obras de Bach, Mozart, Beethoven, Chopin etc.

Esclarecido isso, você fatalmente pensará: “Então, se eu quero tocar música popular, devo estudar com quem ensina música popular e, se quero tocar música clássica, devo estudar com quem ensina música clássica“.

Esse é um raciocínio perfeitamente lógico, mas que esconde um problema…

Não existe um método para a música popular!

ATENÇÃO!

Agora começo um assunto polêmico e que será mal compreendido, mas, como foi um dos estopins para eu ter criado o Aprendendo Piano, vamos lá!

Imagine que você queira muito tocar Elvis Presley no seu teclado. Conforme definimos acima, Elvis se encaixa na família “música popular”.

Você começa a procurar algumas aulinhas de teclado no Youtube. Percebe que estudar muita teoria é desanimador e procura algum vídeo que ensine direto a música que você quer. E, que sorte!, muita gente mostra como tocar as músicas do Rei do Rock.

É muito melhor começar estudando aquelas músicas que você ama, certo? Você está no caminho certo! O próximo passo é prestar muita atenção no vídeo-guia para saber quais teclas exatamente precisam ser atacadas.

Ficar indo e voltando o vídeo é um pouco chato, mas você é persistente e consegue tocar alguma coisa.

Excelente! Você alcançou algum resultado! Para se libertar desse vai e volta dos vídeos, você resolve aprender alguma teoria e começa a ouvir falar sobre ACORDES, ESCALAS, RITMO, CIFRAS, DÓ MAIOR, INVERSÃO, ARPEJO, COORDENAÇÃO, FÁ SUSTENIDO MENOR, ACOMPANHAMENTO, HARMONIA e por aí vai…

Agora as coisas começam a complicar e, desculpe a insistência, isso acontece porque…

Não existe um método para a música popular!

Ora, se não existe um método para música popular, então como pode existir um monte de gente tocando nas igrejas, nos bares, nas rádios?

Explicando de forma bem breve: cada professor de música popular possui seu próprio “estilo” de tocar, o seu jeito de “levar” a música. Ele utiliza o seu “feeling” para executar as cifras.

E como ele ensina o aluno? Basicamente, ele vai instruindo o aluno a IMITAR o seu estilo e qualquer necessidade mais técnica…

Precisa recorrer as soluções dadas pelo estudo da música erudita

Olha, não tenho nada contra a IMITAÇÃO.

A imitação é uma ferramenta necessária e indispensável para o aprendizado. Já expliquei, em outro lugar, como utilizo a imitação em um método de ensino.

O problema é que se você trocar de professor 3 vezes, então, você terá que aprender 3 formas diferentes de “feeling” musical. Esse é o motivo de tantos alunos escreverem depoimentos como este do Samuel Kun:

“Hoje fiz a melhor coisa desde o primeiro dia que começei a estudar teclado/piano, que foi sair do meu curso particular e começar a fazer essa vídeo aula com você, Felipe. Meu antigo professor estava me ensinando até a passagem dos dedos errado e isso estava dificuldando bastante minha velocidade enquanto estava tocando o instrumento. Não só por mim, mas, com certeza, por milhões de pessoas que estão aprendendo com você, agradeço por estar reservando um pouquinho do seu tempo para repassar esse seu conhecimento musical.”

Os professores por aí estão preocupados em transmitir o próprio “feeling” musical e acabam relaxando no estudo teórico mais sério e embasado, deixando muito a desejar no conhecimento de ferramentas para resolver objetivamente os problemas de técnica no instrumento.

Ok, então, qual o repertório deve ser estudado para aprender piano?

Antes de falar sobre o repertório erudito, deixa eu esclarecer uma coisa:

  • Você está contente com o ensino do seu professor?
  • Você mesmo é um professor ou músico e só está procurando alguém que te ensine uma tecnicazinha nova?
  • O seu objetivo é simplesmente IMPRESSIONAR as pessoas com música e NÃO, necessariamente, ser um instrumento para a BELEZA?

Se você respondeu sim para alguma dessas perguntas, então você não é a pessoa que busco ensinar no Aprendedo Piano. Fique à vontade para aproveitar todo o material que disponibilizo, mas, de verdade, você nunca entenderá direito do que estou falando.

Dito isso, vamos ao que interessa!

A mensagem é simples:

Não existe outra maneira de aprender a parte técnica e a base teórica necessárias para tocar com DESTREZA e DOMÍNIO, sem estudar música clássica.

É na música clássica que todos os fundamentos musicais se desenvolveram e todo músico PRECISA aprendê-los, MESMO o de música popular.

(Nota: No minicurso de piano para iniciantes, utilizo o repertório clássico. Cadastre-se aqui.)

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Para você ter uma referência do método clássico/erudito, procure os autores Czerny, Clementi e Cortot, são os melhores em demonstrar a técnica do instrumento. Claro, não conheço ninguém que aprendeu simplesmente lendo a teoria, sem um professor, mas ali está tudo sistematizado.

O que acontece se você não estudar o método erudito

É impossível você NÃO estudar pelo método erudito, já que as soluções técnicas estão todas nele. O que pode acontecer é um estudo MISTO: algumas convenções da música popular misturadas com técnicas eruditas.

Posso testemunhar, depois de vários anos como professor, depois de receber centenas de perguntas por meio da internet, que se não buscar a CLAREZA dada pelo método erudito, você sempre ficará confuso sobre os detalhes da execução musical.

Sua busca sempre será por uma “sacada”, por um “novo jeito”, porque nunca conseguiu realmente conquistar independência criativa o suficiente.

E por quê?

Porque a criatividade VERDADEIRA só existe utilizando como base um repertório dado pelos grandes estudiosos do assunto.

Um dos desejos mais comuns de quem já estuda piano e chega até mim, é esse expressado pela aluna Maria de Lourdes:

“Estudei piano alguns anos, mas gostaria de ter mais conhecimento de teoria e de exercicios que me dessem mais segurança e desenvoltura.”

SEGURANÇA e DESENVOLTURA: é exatamente isso que o repertório clássico proporciona.

Resumo da conversa

Mesmo que você queira tocar um repertório popular, em algum momento dos seus estudos você precisará recorrer ao método que foi construído pelo estudo erudito.

Se não fizer isso, você criará uma dependência exagerada de um professor e da imitação.

Minha sugestão é que você comece pelo minicurso de piano para iniciantes. Muitas sutilezas são reveladas nessas aulas e tenho certeza que você entenderá melhor o que expliquei neste artigo.

Talvez o próximo passo a explicar, sejam os VÍCIOS mais escabrosos que a MAIORIA dos professores de piano ensinam aos seus alunos indefesos. Esse assunto não tem nada a ver com repertório, então deixemos isso para um outro artigo.