Alguns tipos de mensagem que recebo deixam com a impressão de que muitos pensam que existe uma comissão mundial de professores de piano que, todos sentadinhos em roda, decidem qual é o melhor jeito de ensinar piano.
Algo como a ONU pianística.
Pelo que sei da ONU e todas as suas sub-comissões, ela não está ali simplesmente pra juntar líderes e discutir conflitos.
Lá eles criam regras e mais regras de como as pessoas deveriam viver.
– Como os pais devem educar seus filhos.
– Como os empresários devem administrar suas empresas.
– O que deveríamos comer.
– Qual a distância que deve haver entre o muro de uma casa e a rua.
– Quais dimensões devem ter as caixinhas de correios…
Enfim, é um inferno de regras, portarias e normatizações, todas pensadas por burocratas engravatados.
Bem, graças aos Céus não existe nada assim para o ensino de piano.
Existem muitos professores que escondem o jogo mesmo, que preferem enrolar o aluno e assim mantê-lo como refém, mas muitas diferenças didáticas e estruturais no ensino entre os professores, se referem a própria diferença de como o professores vêem o ensino musical. Essa visão geral antecede qualquer decisão de método, portanto pode tornar muito diferente o jeito de ensinar ao comparar professores.
Por exemplo:
Nesta semana eu disse que não ensino piano como terapia.
Mas se por acaso algum professor adotar essa premissa no seu ensino, com toda certeza a aula dele será muito diferente da minha.
Claro que existem coisas básicas, aquilo que todos os professores vão ensinar.
Mas até nisso pode haver diferença, baseado na sua visão musical.
Uns podem optar por começar ensinando solfejo rítmico.
Outros preferem colocar o aluno na fogueira logo de cara.
Um terceiro não prefere nenhuma dessas duas coisas, mas uma outra ainda.
Mesmo sabendo disso, é errado aderir a um relativismo no ensino, algo como “cada cabeça uma sentença”, porque de fato existem professores que mais prejudicam seus alunos do que ajudam. Outros ainda com certeza são charlatães.
Por isso sempre digo que a sina do estudante de piano é procurar por professor.
É preciso uma boa dose de sorte pra isso.
Mas não tem jeito, não existe uma forma única de ensino e nunca existirá.
Resta ao aluno procurar.
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