Mesmo que você esteja num local rodeado de pessoas.
E mesmo que sejam pessoas conhecidas.
Pessoas amigas e queridas.
Pouca coisa faz as pessoas se aproximarem mais do que música.
E as que realmente estão sozinhas?
Bem, as mais moderninhas têm Spotify e listas de músicas no Youtube; as rádios AM/FM ainda são muito utilizadas; discos de vinil e CDs ainda não foram totalmente derrotados; enfim, mesmo que não saibam bem o porquê e jamais tenham parado pra pensar nisso, pessoas sozinhas colocam alguma música pra tocar pra “ter algum barulho por perto”, ou seja, pra fazer de conta que não estão sozinhas, matando a solidão.
Aliás, até mesmo inimigos se aproximam com música.
No Natal de 1914, muitos soldados da Alemanha e da Inglaterra, no meio das trincheiras da primeira guerra mundial, se confraternizaram e se cumprimentaram em uma trégua não-oficial.
E como eles confraternizaram?
Mostrando pinturas uns para os outros?
Encenando peças de teatro?
Sentando em roda pra assistir ao Netflix?
Não!
Nem mesmo se existisse Netflix na época…
Eles cantaram!
Música!
Em outro idioma!
Numa roda de inimigos!
Enfim…
Acho que aqui estou prepagando para convertidos.
Você que ainda está lendo, já sabia mais ou menos disso.
Já sabia que a música tem um poder único.
E não estaria neste lugar e hora lendo alguma coisa vindo de alguém que ensina piano se já não tivesse essa intuição.
Talvez a conexão que ainda não tenha feito, e isso pode ser por diversos motivos, até mesmo pela simples teimosia orgulhosa, é que esse elo social é uma das melhores coisas da música, e quem pretensamente está querendo aprender piano ou se envolver com música, mas quer só ficar fechado no seu mundinho do quarto (“só quero tocar pra mim mesmo”), simplesmente está tirando da equação o que a música tem de melhor.
É comida sem nutrição.
Esporte sem saúde.
Trabalho sem salário.
E acho que não preciso dizer o quanto isso é absurdo.
(Nota: Totalmente iniciante no piano ou teclado? Então conheça o Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)
