“– Todas as músicas são classificadas entre clássicas e populares?”
“– E as tradicionais ficam onde?”
“– Não seria melhor distinguir música popular e pop?”
“– Ou popular e mainstream?”
“– Por que não chamar de erudita ou música de câmara ao invés de clássica?”
“– Não seria melhor abandonar essas classificações e viver livre, leve e solto?”
Calma… calma… calma…
Sei que é só ouvir falar em “tipos de música” que o hamster mental já começa a girar a roda feito um maluco, mas não é sobre gêneros musicais que quero falar aqui. É sobre a distinção mais necessária possível pra quem quer aprender a tocar piano. É a diferença entre copiadores de tutoriais que não saem do lugar e os que avançam sempre no aprendizado de piano e música.
Os tipos de música são:
1) As que você ouve.
2) As que você toca.
Por que separar nesses tipos?
Porque a música que você ouve, não importa qual, é aquela que você cria uma conexão do mesmo tipo que qualquer outra pessoa cria. Pode ser uma conexão emocional por causa da letra, da harmonia, da melodia; pode ser uma conexão pessoal porque marcou algum evento da sua vida; pode ser uma experiência intelectual ao constatar a maneira que música foi estruturada ou conduzida… enfim, é o beabá das possíveis experiência musicais.
Agora, meu amigo, jogue tudo isso fora, porque o tipo que nos importa aqui é a música que você toca.
Você precisa de outro tipo de conexão.
Você precisa a engolir.
Não é mais o friozinho na espinha que guia a conexão…
Nem o fato de ser a música do seu casamento…
É o fato de agora você ser o doador dela para o mundo.
Então, notas e ritmo…
Como estão?
Você corre só pra chegar no trecho que mais gosta?
Sim?!?
QUE VERGONHA!
Conheça todas as partes muito bem!
Por quais acordes a música caminha?
Como você precisa posicionar os dedos pra cantá-los?
Há uma mudança de tonalidade no decorrer da música?
Qual a relação entre essas tonalidades?
Uma frase tem relação com outra ou é o início de outro capítulo musical?
Seu dedo 5 está conseguindo revelar a nota da maneira necessária?
Enfim, esse segundo tipo de música exige que você ativamente entre em ação, absorvendo o que a música propõe para que dê uma vida decente para ela, e não mais seja alguém passivo que só constata a situação da música e os arrepiozinhos que ela provoca.
É esse tipo de coisa que nos faz avançar…
Que nos faz aproveitar o que aprendemos numa música em outra…
Que vai acumulando habilidades e que deixa o caminho mais evidente e mais fácil.
Isso é que nos faz aprender sem choramingar e sem depender de “talento”.
(Nota: Totalmente iniciante no piano ou teclado? Então conheça o Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)