Nenhum problema em ser negativo ao tocar piano
Muitos anos atrás, eu estava tentando entrar em escolas americanas de piano.
Fiz toda a preparação técnica necessária…
E, claro, mantive o pensamento positivo todo tempo.
Agendei 3 provas de admissão em escolas diferentes.
Na primeira, cheguei tentando controlar meu medo, o que deixa o medo ainda mais incontrolável. Achei que tinha feito tudo que tinha de fazer de maneira satisfatória. Mas tomei uma bomba, e fui avisado da reprovação ali mesmo. Depois de tanto tempo de preparação, foi uma grande frustração.
Mas, bem, me desculpem os higienizadores de carma, liberei minha raiva.
Não atropelei ninguém, nem chutei nenhuma lixeira.
Simplesmente deixei fluir aquilo que todo mundo tenta esconder.
Realmente eu havia liberado um grande “- Dane-se”.
E, para espanto geral da nação, passei nas duas outras provas restantes.
Depois o motivo me pareceu óbvio.
Música lida com nosso mundo interior, e nesse mundo os níveis de positividade e negatividade não estão exatamente em nosso controle, nos restando lidar com eles.
O que ocorreu foi a minha adesão a um estado de indiferença.
Isso parece muito negativo pra muitas pessoas…
Mas é o estado que todo o seu treino técnico, e todas aquelas fórmulas teóricas e tempo de estudo precisam pra realizar o trabalho.
Talvez seja esse o motivo da resistência de alguns pra tocar mesmo que para amigos ou familiares.
O benefício é imenso, mas muitos estão apegados demais ao próprio estado emocional.
Isso quando simplesmente não estudaram nada…
Aí sim fica impossível.
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Estudando piano pra não tocar música
Este é um segredo que professores de piano dificilmente revelam:
Eles não estão preocupados que o aluno toque música…
Estão sim concentrados que o aluno desenvolva sua habilidade.
Vejamos se consigo explicar melhor:
Praticamente todo novo estudante chega com a motivação nas alturas, afinal, ele está doidinho pra produzir música e participar ativamente daquela sensação maravilhosa que experimentou apenas ao ouvi-la. É perfeitamente lógico que ele espere ser o pianistão (ou tecladistão) centro das atenções.
Claro, pra isso ele precisa tocar as músicas.
Por isso quebra a cabeça pra tocar as lições passadas o mais rápido possível.
Pra colocar logo aquela peça no seu repertório de músico…
E aqui os professores ficam entre a cruz e a espada:
“Digo pra ele que o objetivo é oferecer desafios pra que sua habilidade se desenvolva e não que ele seja realmente capaz de tocar verdadeiramente aquela música?”
A maioria opta por jogar isso pra baixo do tapete.
O aluno pode pensar o que quiser desde que esteja se desenvolvendo.
Mas no ensino virtual, isso é um problema maior.
Primeiro que a maioria dos interessados está fugindo de qualquer coisa que tenha “estudo” na descrição. “Estudo” dá trabalho, o que se pretende é “tocar” e não “estudar”.
Segundo que pular de vídeo em vídeo, blog em blog é mais fácil do que trocar de professor presencial.
Então muitos não se dão a chance de desenvolver as habilidades.
Estão apenas procurando preencher uma expectativa.
Por isso seguir as indicações dadas nas lições é importante.
Mesmo que você não toque a música direito, você está com certeza aprendendo.
Pra todos os inscritos nos meus treinamentos, digo que estou muito feliz pelo grande feedback dos últimos dias, isso me ajuda a entender como estão todos absorvendo e desenvolvendo suas habilidades.
Afinal, é nisso que estou concentrado 😀
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É possível aprender piano com aulas gravadas?
Cadastrado na minha lista de e-mails, Mario Augusto pergunta:
“As pessoas possuem diferentes níveis e dificuldades individuais que são inerentes ao desenvolvimento singular de cada aluno. Como conduzir isso de forma adequada através de um programa de vídeos pré-fabricado e gravado?”
A pergunta é boa e de fato nunca comentei genericamente sobre o ensino online.
E pretendo continuar não comentando.
A razão é simples:
A minha escola é a do “Venha e veja”.
Tenho conteúdo aberto no Youtube.
Aulas e lições disponibilizadas para quem se cadastra na lista…
As próprias recomendações enviadas por e-mail.
Coloque isso daí em ação.
É muito mais efetivo do que qualquer argumento.
Fora isso, alguns pontos podem ser esclarecedores:
1) Recomendo ter aulas presenciais.
É sempre o melhor jeito de aprender.
Isso não quer dizer que seja fácil e acessível encontrar um bom professor.
2) “Dificuldades individuais” não podem ser confundidas com “únicas e exclusivas”.
Excluindo os casos patológicos, as dificuldades são familiares.
Se não fosse assim, ninguém nunca teria conseguido ensinar algo a alguém.
3) No caso das minhas aulas online, ensino de modo a transmitir os princípios e motivos de cada estudo de modo que o estudante possa entender não apenas como executar as lições, mas também o porquê.
4) Fique atento a descrição da proposta de cada conteúdo ou treinamento.
Perceba se aquilo se encaixa na sua perspectiva.
5) Sempre existe uma maneira de solicitar ajuda.
6) Em treinamentos online, já virou moda o uso do tempo de garantia. Encare como um período de teste.
Enfim, em poucas palavras é isso que tenho a esclarecer.
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Os segredos de Rick Grimes para aprender piano
Se você conhece a série The Walking Dead, certamente sabe quem é Rick Grimes.
Ainda não avancei muito nas temporadas, mas Rick tem muito a nos ensinar.
Rick acorda de um coma num mundo totalmente transfigurado…
Tudo está tomado por zumbis!
Por mais patético que seja (e foi num momento cabeça-de-pudim que decidi começar a ver essa série), se você prestar bastante atenção, os zumbis são um detalhe muito secundário de toda a trama. E todo estudante de piano tem de passar pelas mesmas etapas que Rick.
Vejamos…
1) O Terrível Começo:
Ao sair do hospital totalmente tomado por zumbis, Rick sai cambaleando, tonto depois de tanto tempo em coma.
Ele não está entendendo nada.
Um monte de destruição.
Um monte de gente morta.
Um monte de gente morta andando.
Nada faz sentido.
Pouco do velho estilo de levar a vida ainda tem utilidade.
Percebeu a analogia?
Todo mundo começa assim no piano.
Inseguro com cada esquina a dobrar.
O zumbis com certeza são as caraminholas que dominam a mente do estudante iniciante: “não estou conseguindo”, “não estou entendendo”, “isso não é pra mim” etc.
Acontece que essa fase é muito necessária.
Sem a suspensão e as dúvidas ele não pode ser levado à próxima…
2) Tomada De Decisão:
Poderia ser resumido por “determinação”.
(odeio essas palavras prontas cheias de falta de significado)
Rick olha para o cenário que se encontra.
Ele poderia desistir e se entregar.
Muitos enlouqueceriam em uma situação dessas.
Mas ele toma a decisão que vai guiar toda sua evolução na trama:
“Preciso encontrar e cuidar da minha família”
Talvez seja a fase em que cai a ficha do estudante de piano. Ele percebe que pode ficar na brincadeira, talvez se enganando que está feliz com pouca coisa, mas o que ele precisa é determinar um objetivo claro pra guiar sua jornada.
3) Não Estou Nem Aí:
Um guru de auto-ajuda poderia invocar a “adaptabilidade”…
Esqueça isso.
O que Rick faz é pegar o touro pelo chifre.
Ele aprende a lidar com os zumbis.
Aprende como sobreviver.
Aprende que não é mais possível viver como antes.
Ele não está nem aí para o que tem de enfrentar e alcançar o objetivo.
Nesta fase muitos estudantes de piano escorregam para a auto-piedade. Sempre chorando que se a vida fosse diferente, poderiam realizar o sonho. E é esse o tipo de zumbi que os devoram. E o ciclo continua… zumbis gerando zumbis.
Como disse, não avancei muito nas temporadas pra saber se Rick mantém sua postura…
O importante é perceber, como ele, que mesmo em um cenário desolador e desesperador, ainda existem muitas oportunidades a ser aproveitadas.
Mas é preciso ser esperto como as serpentes.
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A mãe de todas as bombas
Os Estados Unidos ter utilizado a maior bomba não-atômica algumas semanas atrás já é algo espantoso em si.
Mas me chamou a atenção o apelido de tal bomba:
“A mãe de todas as bombas”
Quem não ficaria com receio de ser atacado por isso?
Desde que vi a notícia desse ataque, e fiquei sabendo do apelido, não saiu mais da cabeça o comportamento comum de sempre procurar um pulo do gato. Aquilo que parece que vai resolver todos os problemas. Já falei várias vezes: O maior pulo do gato… A mãe de todas as bombas anti-problemas no piano… É a rotina de estudos.
“Poxa, Felipe, que coisa mais desanimadora!”
Bem, utilize o nome moderninho de “continuidade” ou “consistência”.
Mas saiba que é apenas um subterfúgio linguístico para “rotina” + “estudo”.
Ok, quem me acompanha já sabia disso.
Acontece que não sou contra truques.
Claro que não.
Basta olhar meu canal no Youtube.
É basicamente formado de truques técnicos.
Como encarar a coordenação das mãos…
Como estudar as notas duplas…
Como lidar com os saltos…
E por aí vai.
Então quando você estiver estudando dentro de uma rotina, basta utilizar os truques que ensino que, aí sim, eles trarão resultado. Caso contrário o resultado será o mesmo de lançar uma super bomba contra o Estado Islâmico e só, mais nada.
Qual será o resultado disso?
Só dará mais força ao inimigo.
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Cuidado pra não ser tão bom que perca o lugar no mundo
O filme japonês “Depois da Chuva” (1999) com certeza está na minha lista de filmes preferidos.
Não tem nada a ver com música.
Nem com piano.
É sobre um samurai sem senhor e sua grande virtude.
É um filme simples com uma mensagem explícita:
As pessoas virtuosas não tem lugar no mundo.
Pessoalmente acho que não existe nada melhor do que viver em desacordo com o mundo. Fazer algo por princípios que não são subjetivos, nem conveniências de momento, nem porque é gostosinho. Pois é isso que o mundo espera: que façamos as coisas por aparência e por satisfaçãozinha.
Isso é tão sério que toda vez que aparece alguém dizendo:
“Felipe, quero aprender a tocar pra mim mesmo, não tenho grandes pretensões”
Minha resposta é:
“Ok, entendo perfeitamente o ponto, mas esse ‘tocar pra mim’ é o que faz o projeto de aprender piano já nascer morto”
Simples:
A lógica do mundo é “fuja da dor e busque o prazer”.
Então, logo nas primeiras dificuldades, você vai desistir.
Se conseguir vencê-las, logo vai pular etapas e ignorar conselhos pois “não tem grandes pretensões”.
Não entenda isso como um conselho pra tornar-se profissional, o público que busco aqui na internet é justamente dos não-profissionais. O que quero dizer é que você deve colocar algo fora de si mesmo como objetivo. Dê algo de graça para o mundo pra quebrar essa lógica. Por exemplo:
Coloque como objetivo tocar pra algum parente, amigo, vizinho, conhecido etc.
Sem mais nenhum objetivo maior do que simplesmente tocar pra eles.
Veja bem:
Se você continuar com essa de “tocar pra mim mesmo”, tudo bem, vá fundo, mas isso não é tão diferente de usar drogas.
Claro, você estará dentro da sua casa, sem incomodar ninguém por aí…
Mas é uma espécie de autodestruição.
Faça um teste:
Estude por um tempo com o objetivo que não seja você mesmo.
São grandes as chances de melhorar muito sua maneira de tocar…
E, por acréscimo, melhorar como pessoa.
Isso que é mostrar o dedo do meio para o mundo.
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Uma rasteira nos cabeças-de-pudim
Depois das “5 maneiras cabeça-de-pudim de aprender piano”, minha aluna Michela Marques pergunta:
“Quais são os 5 comportamentos
opostos ao cabeça de pudim?”
Muito perspicaz a pergunta da Michela…
Como disse antes, sou preguiçoso, então vamos resumir:
O comportamento mais correto é utilizar a imitação como ferramenta de estudo.
Eis o ponto:
Venho falando sobre imitação desde que publiquei algo na internet.
E muita gente simplesmente pensou:
“Oba! Agora ganhei respaldo pra ficar nos tutoriais pelo resto da vida!”
Ah, meus queridos viciados em tutoriais, vocês estão muito enganados.
Lamento lhes passar essa rasteira:
Tutoriais não passam de guia de teclas.
E a imitação serve pra desenvolver seu ouvido.
Alguém duvida que pra conseguir fazer qualquer frase musical que seja, é necessário ter um ouvido que saiba pra onde aquela frase está indo? Alguém duvida que o ouvido precisa estar preparado pra compreender as variações rítmicas? Nem vou perguntar sobre timbre, porque é óbvio demais que você precisa saber a diferença entre um galo cantando e o Rubinstein tocando Chopin.
Como relacionar essa produção de som sem imitar os movimentos e modos de outra pessoa?
Se você estivesse aqui do meu lado, existem 1.001 maneiras de fazer esse guiamento.
Mas pela internet a imitação se provou imbatível.
Caso minha intenção fosse criar um exército de cabeças-de-pudim, bastava eu criar um pacote de 200 aulas com as músicas mais conhecidas possíveis e vender feito água no deserto.
O pequeno porém é que não busco a satisfação dos que querem ser meus alunos.
Eu busco ensiná-los a tocar piano.
Por isso a imitação deve ser usada como ferramenta…
Não como arma definitiva.
Espero que a Michela e quem mais tenha pensado no assunto fique satisfeito com a resposta.
Com o tempo, mais e mais princípios serão revelados.
Quem viver, verá.
(Nota: Para entender como começar a estudar piano por meio da imitação, cadastre-se no Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)
5 maneiras cabeça-de-pudim de aprender piano
Não posso negar: sou um cara preguiçoso.
E nada deixa um preguiçoso mais feliz do que fazer tudo da maneira cabeça-de-pudim:
Sem pensar, sem entender, sem se esforçar…
Só fazer um mínimo e mais nada.
No piano existem 5 comportamentos de pudim muito comuns:
1) Fazer as lições somente na presença do professor.
2) Dedicar-se por demais em exercícios repetitivos.
3) Entrar na imitação e permanecer lá pra sempre.
4) Tentar resolver uma dificuldade e, na primeira, dizer “- Ah não consigo! Isso não é pra mim…”
5) Decorar uns 5.655 acordes porque alguém disse que é o pulo do gato.
Acho que vale a menção ao “desejo mais cabeça-de-pudim” existente que é o desejo de que algum dia alguém vai inventar uma injeção, ou um tratamento por remédios, e que aprender piano ou qualquer outra coisa será uma ação instantânea. Lamento informar que isso nunca vai acontecer. E mesmo para os crentes convictos que ficam ofendidos com um “isso nunca vai acontecer”…
Basta saber o seguinte:
Caso isso realmente aconteça, aprender piano ou qualquer outra coisa não será mais desejável.
Existem várias coisas que podem ser aprendidas por passo-a-passo no piano…
Mas não espere que esse seja o comportamento geral.
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Financiando um sanduíche de presunto
Estou prestes a fazer a quarta mudança de casa dos últimos dois anos.
Quem vive de aluguel conhece o transtorno.
Por isso resolvi visitar um professor meu e garantir uma conversa antes de me afastar mais.
Mas temos um problema.
Esse professor mora em um dos países mais caros do mundo:
A Suíça.
É possível perceber o alto preço de lá por 2 motivos:
1) Pela quantidade de Lamborghinis.
2) Pelo preço de um sanduíche de presunto.
Como não sei diferenciar uma Lamborghini de uma marca chinesa, fica mais fácil comparar com o sanduíche. E na Suíça, ele custa exatos 63 reais (ou 18 euros). Ter de pagar multa de aluguel, transporte da mudança, compra de outros móveis e ainda pagar 18 euros em um sanduíche de presunto não é lá a coisa mais sensata do mundo. Com certeza não é.
Mas fui visitar o professor mesmo assim.
A conta não fechava, mas não era a sensatez da calculadora que eu buscava.
Encurtando a história:
O tamanho do benefício proporcionado por essa conversa com o professor, justificou todo o gasto de um dinheiro que eu não tinha e de um tempo que eu não poderia gastar.
Isso é assim ao estudar música.
Se colocarmos na calculadora, o resultado nunca fecha.
Ou estamos velhos demais.
Ou sem dinheiro demais.
Ou sem tempo demais.
Ou música tem importância de menos.
Acontece que a solução é simples:
Realmente pode ser que tenhamos nos enganado. Pode ser que não queríamos mesmo estudar música. Mas se formos pacientes, se ignorarmos essa sensatez da calculadora, criamos a chance de conhecermos a nós mesmos, de saber em que lugar podemos chegar.
Por isso é essencial manter aquele mínimo de estudo que sempre recomendo.
A calculadora vai dizer que 20 minutos são insuficientes.
Ok, ela tem alguma razão.
Mas a calculadora não enxerga o fio que nos mantém no caminho.
E como ela poderia enxergar?
É apenas uma máquina de causar desânimo.
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Como estudar independência avançada das mãos
Meu aluno Gil de Macedo pergunta (parafraseando):
“Como estudar independência avançada das mãos?”
Bem, em primeiro lugar, nenhuma das mãos deve ter um bloqueio técnico.
Normalmente as pessoas tem um problema com a mão esquerda.
Isso deve estar resolvido.
Depois disso, nenhum exercício é necessário.
A tendência de exercícios é que os façamos no modo cabeça-de-pudim:
Ligamos o piloto automático e nosso corpo que faça o trabalho.
Isso é bom.
Mas não para a independência avançada.
Aqui precisamos de Bach e sua polifonia.
O ponto é que a independência profunda e avançada das mãos não é um trabalho das mãos. É um trabalho nosso. Não são nossas mãos que simplesmente executam o trabalho técnico. É o pianista mesmo que deliberadamente utiliza as mãos como ferramenta pra expressar aquilo que ele experimenta internamente. E a polifonia de Bach cria o cenário ideal de desafio pra nós (e não apenas para as mãos).
Ali não existe hierarquia entre o trabalho das mãos.
Ou as duas fazem o trabalho de executar todas aquelas melodias entrelaçadas, ou então o trabalho não é realizado.
E, como eu disse: seu mundo interior tem que enxergar isso.
Por isso o modo cabeça-de-pudim não serve.
Claro, tudo isso tem que estar assentado sobre uma base técnica.
E é por isso que insisto tanto nisso.
Por que a liberdade no instrumento está ligada com as habilidades do pianista.
E quem só fica falando de como é lindo poder tocar, mas nunca se dedica em ensinar a base técnica, está só tornando impossível o que é apenas trabalhoso.
A independência avançada é necessária pra todos?
Isso não sou eu que decide.
É você.
Quanto de liberdade você pode e quer obter?
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