Experimento pra confirmar que você se engana facilmente com música

Devo estar com febre, porque serei científico outra vez:

Vá até o Google e pesquise o primeiro vídeo para o termo “The McGurk Effect”.

Trata-se de um vídeo curto produzido pela BBC.

O que nos interessa começa mais ou menos em 0:30.

O resumo do que acontece é o seguinte:

É exibido um close na boca de um homem que repetidamente diz “– Bá, bá, bá”. Tudo parece certo porque os lábios dele realmente estão se mexendo da forma que um “Bá” exigiria. Muito bem. Logo após é feito uma pequena mudança: o som continua o mesmo (“bá, bá, bá”), mas o homem em questão começa a mexer os lábios em formato de “– Fá, fá, fá”. E o que acontece com a maioria dos que estão assistindo?

Elas realmente ouvem “Fá”.

É preciso enfatizar que não acontece com todos, mas com a maioria.

Bem, o vídeo continua suas explicações.

De leve é feita uma insinuação daquele dogma adolescente-nietzschiano-kantiano de que o mundo não tem sentido e tudo está na nossa cabeça.

Essa parte pode ser ignorada.

O dia que alguém falar “paralelepípedo” e eu ouvir “uva”, aí tudo bem, posso começar a duvidar da objetividade do mundo.

Mas enquanto a troca é entre “Bá” e “Fá”, tudo bem.

Ok, fugi do assunto, mas voltemos ao ponto…

Tenho desconfiado que alguns estudantes sofrem profundamente dessa ilusão.

Em um primeiro momento podemos dizer que apenas lhes falta sensibilidade, mas, em alguns casos, percebo que é algo mais sério do que isso. Normalmente acontece com aqueles alunos mais isolados, que nunca demonstram sua execução pra um professor ou pra amigos.

Já que estão com o instrumento e estão tocando piano, acabam imaginativamente considerando que o resultado está bom.

Mas não está.

E é bem óbvio que não tem nada a ver com sensibilidade.

Como eu sei disso?

Porque depois de se gravar ou de extraordinariamente se apresentar pra alguém, eles começam a perceber um monte de falhas.

A sensibilidade estava pronta.

O sujeito só não “queria” perceber.

E a mudança de cenário de uma gravação ou apresentação fez a ilusão se desfazer.

Por isso recomendo a todos os meus alunos a me enviarem a gravação.

E com “meus alunos”, me refiro aqueles que compraram meus treinamentos e estão estudando o material que disponibilizo. Não adianta ser apenas cadastrado na lista ou no canal do Youtube. Isto também não caracteriza ser meu aluno.

Também não adianta me mandar a gravação do Richard Clayderman, tem de ser o material estudado nas lições.

Para os meus alunos VIPs, basta publicar lá no grupo secreto.

Para os alunos de outros treinamentos, se ainda não receberam as instruções de como me enviar vídeos, não se preocupem que logo explico como fazer corretamente.

(Nota: Totalmente iniciante no piano ou teclado e deseja evitar cair na ilusão de tocar piano? Então conheça o Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)

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