Existe uma correspondência entre andamento e batidas por minuto?

Se pensarmos estatisticamente, sim, deve existir uma faixa que equivalha mais ou menos a cada andamento.

Fabricantes de metrônomos adoram relacionar BPM com andamento.

E na internet você pode achar dezenas de bilhões de tabelas sobre essa relação.

Eu não dou a mínima pra isso.

Antes de explicar o porquê:

“Andamento” diz respeito a velocidade de uma música. Existe uma variedade de andamentos possíveis, dos mais lentos aos mais rápidos. Normalmente alunos iniciantes confundem “andamento” com ritmo, mas a divisão rítmica de uma música pode continuar a mesma enquanto sua velocidade pode ser alterada completamente. Podemos dizer os números 1 – 2 – 3 – 4 bem lentamente, levando uns 10 segundos pra dizer todos, ou podemos dizer rapidamente os mesmos números em apenas 1 segundo.

A divisão entre 1 – 2 – 3 – 4 está relacionada ao ritmo.

O “lentamente” e o “rapidamente” estão relacionados ao andamento.

Tradicionalmente existem nomes de andamentos, normalmente em italiano, como “adagio”, “andante”, “allegro”, “presto” etc etc etc.

E, como citei, foram criadas algumas tabelas pra relacionar esses nomes de andamentos com BPM (batidas por minuto).

Algo que possa marcar o andamento definido pra uma música, diretamente no metrônomo.

Então pode ser que você esbarre com tabelas por aí, do tipo:

“Adagio” é algo em torno 50 até 60 bpm.

“Andante” entre 70 e 100.

E assim por diante…

Agora vamos ao que interessa:

Quem é meu aluno ou acompanha meus vídeos públicos, já deve ter percebido que nunca, ou quase nunca, relaciono qualquer execução de música ou exercício com BPM, muito menos faço qualquer relação de andamento com BPM.

Na maioria das vezes, é até prejudicial ficar pensando em BPM.

Isso só cria mais um tipo esquisito:

O tarado por BPM.

Ao invés de se preocupar em criar um senso do sentido musical, esse tarado fica correndo atrás de velocidades do metrônomo.

Quando devia se preocupar em não desfigurar a música.

Claro, isso em termos de execução, porque em termos de estudo, é normal desfigurar, dividir, retalhar, desmembrar a música.

Então, apesar de ser estatisticamente possível criar uma tabela de andamentos e batidas, quando estamos falando de aprendizado e aquisição de habilidades musicais, acho no mínimo inútil se preocupar com isso.

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