Meu aluno Gil de Macedo pergunta (parafraseando):
“Como estudar independência avançada das mãos?”
Bem, em primeiro lugar, nenhuma das mãos deve ter um bloqueio técnico.
Normalmente as pessoas tem um problema com a mão esquerda.
Isso deve estar resolvido.
Depois disso, nenhum exercício é necessário.
A tendência de exercícios é que os façamos no modo cabeça-de-pudim:
Ligamos o piloto automático e nosso corpo que faça o trabalho.
Isso é bom.
Mas não para a independência avançada.
Aqui precisamos de Bach e sua polifonia.
O ponto é que a independência profunda e avançada das mãos não é um trabalho das mãos. É um trabalho nosso. Não são nossas mãos que simplesmente executam o trabalho técnico. É o pianista mesmo que deliberadamente utiliza as mãos como ferramenta pra expressar aquilo que ele experimenta internamente. E a polifonia de Bach cria o cenário ideal de desafio pra nós (e não apenas para as mãos).
Ali não existe hierarquia entre o trabalho das mãos.
Ou as duas fazem o trabalho de executar todas aquelas melodias entrelaçadas, ou então o trabalho não é realizado.
E, como eu disse: seu mundo interior tem que enxergar isso.
Por isso o modo cabeça-de-pudim não serve.
Claro, tudo isso tem que estar assentado sobre uma base técnica.
E é por isso que insisto tanto nisso.
Por que a liberdade no instrumento está ligada com as habilidades do pianista.
E quem só fica falando de como é lindo poder tocar, mas nunca se dedica em ensinar a base técnica, está só tornando impossível o que é apenas trabalhoso.
A independência avançada é necessária pra todos?
Isso não sou eu que decide.
É você.
Quanto de liberdade você pode e quer obter?
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